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#AdiaEnem: estudantes pedem mudança de data da prova

Em meio à alta de casos da covid-19, Defensoria Pública da União e estudantes solicitam o adiamento da realização do exame

Por Luccas Diaz
Atualizado em 8 mar 2021, 19h49 - Publicado em 5 jan 2021, 11h47

Estudantes de todo o país têm feito uma campanha nas redes sociais pedindo o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A hashtag #adiaEnem chegou ao primeiro lugar entre os assuntos mais comentados do Twitter. Nas solicitações, os estudantes afirmam que não se sentem seguros para fazer o exame, em meio à alta de casos da covid-19.

Na sexta-feira (08) a Defensoria Pública da União pediu à Justiça o adiamento das provas do Enem marcadas para 17 e 24 de janeiro. Assinam a ação contra o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep ) e o Ministério da Educação (MEC): a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e as entidades Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Educafro.

A campanha surgiu após a solicitação do secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pelo adiamento da prova ser negada pelo Inep. O pedido foi feito no dia 28 de dezembro, mas o órgão respondeu que manteria as datas já definidas e que todas as medidas de segurança estão sendo tomadas para garantir a realização da prova.

Pode adiar?

Em entrevista ao GUIA, Alexandre Lopes, o presidente do Inep garantiu que não havia planos para uma remarcação de datas:

“Estamos preparados para aplicar a prova durante o ambiente de pandemia. No nosso ponto de vista, não há necessidade de um novo adiamento, até por causa do calendário das universidades, que começa no primeiro semestre de 2021 e utiliza as notas do Enem”, afirmou o presidente. “Os locais de provas já estão todos preparados e as provas já estão a caminho dos destinos desde o dia 11 de dezembro”, disse.

Em outra entravista, Bastos divulgou um vídeo em que fala sobre as medidas sanitárias sem mencionar diretamente a mobilização dos estudantes.

Já o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou em entrevista para a CNN Brasil que o Enem não será adiado em função da pandemia da covid-19 que minoria quer adiamento.

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Para complicar o cenário, o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, general Carlos Roberto Pinto de Souza, 59, morreu na segunda-feira (11) por complicações da Covid-19. A diretoria comandada pelo general é responsável pela elaboração do Enem.

Entidades estudantis

A União Nacional dos Estudantes (UNE) encabeça a campanha do #adiaEnem nas redes e pede que a prova não seja realizada nos dias 17 e 24 de janeiro, como definido, por colocar em risco a segurança dos candidatos e também dar margem às desigualdades sociais.

Para a organização, é dever do Ministério da Educação garantir o ensino remoto de qualidade a todos os brasileiros durante a pandemia, e tal responsabilidade também se estende a realização do Enem. Nesta edição, mais de 5,7 milhões de estudantes estão inscritos na prova.

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A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) enumera motivos para o adiamento da prova, focando nas questões de segurança. Nas últimas semanas, um aumento significativo no número de casos da covid-19 tem causado situações de calamidade nos hospitais públicos e privados. Em Manaus, uma das cidades mais afetadas no momento, autoridades locais solicitaram apoio do Ministério da Saúde em meio à superlotação hospitalar.

A presidente da Ubes, Rozana Barroso, relembra as diversas polêmicas que a realização do exame tem passado nos últimos meses.

Estudantes acusam negligencia por parte do MEC

Em junho do ano passado, uma enquete feita pelo Inep perguntava aos inscritos qual seria o melhor momento para a realização do exame. De acordo com os dados divulgados, cerca de 1,1 milhão de participantes votaram, de forma voluntária, entre os dias 20 e 30 de junho, e decidiram que a melhor opção seria realizar a prova no mês de maio, com o Enem impresso nos dias 2 e 9, e o Enem Digital nos dias 16 e 23 do mês.

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Entretanto, no mês seguinte, o instituto definiu que a prova seria realizada já em janeiro de 2021, com a versão impressa ocorrendo nos dias 17 e 24, e a digital, nos dias 31 e 7 de fevereiro.

Segundo informações do jornal O Globo, 178,5 milhões de reais foram disponibilizados para garantir as medidas de segurança dos inscritos na hora da prova, como a compra de álcool em gel e o aluguel de salas. Entretanto, a verba não foi utilizada pelo MEC e, procurado pela redação do jornal, o Inep não quis comentar o assunto.

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Deputados têm expressado apoio ao movimento de adiar o exame e se juntaram a hashtag #adiaEnem. Luciana Genro e Sâmia Bomfim, ambas do PSOL, declaram apoio ao pedido dos estudantes.

Até o momento, o Ministério da Educação e o Inep não se posicionaram ou alteraram qualquer informação sobre a data ou a realização da prova. A partir da manhã nesta terça-feira (5), o Cartão de Confirmação de Inscrição já pode ser acessado na página do participante e nele o estudante pode encontrar o seu local de prova.

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