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Assédio no trabalho: 1 a cada 6 mulheres pede demissão após abuso

Segundo pesquisa da Think Eva com o LinkedIn, 78% das mulheres acreditam que nada acontecerá se denunciarem o crime dentro empresa

Por Juliana Morales
Atualizado em 8 out 2020, 10h41 - Publicado em 7 out 2020, 20h15

Infelizmente, o ambiente de trabalho, muitas vezes, não é um lugar seguro e acolhedor para mulheres. Uma pesquisa realizada pela consultoria de inovação social Think Eva junto com o LinkedIn mostra como o assédio sexual no trabalho causa enormes danos às mulheres, e também muitos prejuízos ao mercado de trabalho, em geral, que perde talento e diversidade.

Segundo o levantamento, quase metade das brasileiras (47%) afirma ter sido vítima de assédio sexual em algum momento no ambiente profissional. A maioria das vítimas são mulheres negras (52%) e aquelas que recebem entre dois e seis salários mínimos (49%). 

Pesquisa Assédio no trabalho
Para deixar bem claro! #TrabalhoSemAssédio (Think Eva/Reprodução)

Assim como o número de casos de assédio, o silêncio em torno dele é enorme. Apenas 15% das mulheres que presenciaram uma situação de violência afirmaram ter auxiliado diretamente a vítima. Ainda, 10% não fizeram nada e apenas 4,3% disseram ter avisado o departamento de Recursos Humanos.

A maioria delas (78,4%) acredita que nada de fato acontecerá se denunciarem o crime dentro empresa. Outras grandes barreiras para um mulher denunciar o assédio são o medo de ser exposta (64%) ou as outras pessoas não acreditarem (60%). 

O resultado disso tudo? O agressor sai impune e a vítima sofre com as consequências, como conclui a pesquisa. Prova disso é que uma em cada seis mulheres que foram abusadas no trabalho pede demissão. Além dos impactos psicológicos: 35% delas contam viver em constante medo e dificuldade, 32% têm desânimo e cansaço e 28% apresentam sintomas de ansiedade e/ou depressão.

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E como as empresas podem quebrar o ciclo do assédio sexual no trabalho?

Diante da cultura do assédio, na qual vítimas são culpabilizadas, silenciadas e têm seus potenciais limitados, as empresas precisam assumir sua responsabilidade de criar estratégias e repensar sua cultura organizacional para mudar o cenário. A pesquisa perguntou às próprias mulheres o que elas e as corporações devem fazer para quebrar este ciclo danoso no ambiente de trabalho e as sugestões foram:

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  • Adotem um posicionamento oficial e público;
  • Desenvolvam ações preventivas;
  • Criem uma ouvidoria especializada para acolhimento das vítimas;
  • Façam um monitoramento constante para avaliação das políticas e práticas;
  • Adotem um processo de denúncia seguro e transparente;
  • Elaborem um protocolo de encaminhamento dos casos com a punição do agressor.

Outra esperança é que as novas gerações de mulheres, mais informadas sobre o que é assédio e quais são seus direitos, consigam quebrar o silêncio e a cadeia de impunidade. As mudanças estruturais nas empresas também devem ficar mais fáceis com a ascensão de mulheres a postos mais altos no mercado de trabalho. A mudança é gradual, e ameaçada por crises, como esta da pandemia, mas está em curso.

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* O índice de confiança da pesquisa é de 99% (isso quer dizer que, se a mesma pesquisa for aplicada 100 vezes, em 99 delas os resultados devem ficar dentro da margem de erro) e a margem de erro é de 7 pontos porcentuais.

 

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