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Atualidades no Enem: o que pode cair de 2020 nas questões e na redação

Entenda as características do exame e como a banca pode cobrar temas atuais

Por Juliana Morales
13 jan 2021, 06h12

Não é novidade que ficar por dentro do que acontece no Brasil e no mundo é tarefa indispensável para o vestibular. Além de questões com temáticas atuais, as atualidades também têm espaço fundamental nas provas de redação. A primeira fase da Unicamp deste ano, por exemplo, não fugiu de temas quentes e muito recentes como as eleições americanas. Já a da Fuvest deixou totalmente de fora qualquer questão sobre coronavírus. Mas e o Enem? Qual caminho vai seguir?

Não é possível cravar temas ou garantir o que vai cair ou não, afinal, toda prova está sujeita a surpresas. Mas entender as características e o tempo de elaboração do exame ajuda a se preparar melhor e ter um olhar mais certeiro sobre conteúdos e abordagens. E é isso que vamos explicar para você com a ajuda de especialistas.

O primeiro ponto é que a elaboração do Enem se difere de outros vestibulares e envolve diversas etapas até ficar pronto para a aplicação. Resumidamente, professores selecionados elaboram questões das quatro áreas do conhecimento (Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Códigos e Matemática). Essas perguntas são revisadas pelo Inep para, em seguida, comporem o pré-teste – uma prova semelhante ao Enem que o MEC realiza com alunos do ensino médio da rede pública. A avaliação testa a dificuldade de cada questão e a probabilidade de acerto em caso de chute. Assim, é formado o Banco Nacional de Itens, de onde o MEC seleciona as questões para o Enem.

O que costuma ser cobrado

Como é um processo longo, Gabriel Onofre, autor e professor de História do Sistema de Ensino pH, explica que não tem tempo de cair no Enem, por exemplo, eleições dos Estados Unidos, porque é muito recente. Além disso, por causa do banco de itens, aparecem questões que não são feitas, necessariamente, no mesmo ano da prova.

“Salvo algumas questões mais raras, em geral, quando aparece atualidades, não aparece um tema que surgiu do nada naquele ano, mas que marcou o ano anterior, ou até antes”, afirma Onofre.

Um exemplo é a Fuvest 2018, que cobrou Acordo de Paris e Brexit – os dois temas não eram específicos daquele ano, mas as consequências dos dois fenômenos estavam acontecendo e ainda estavam sendo faladas. Aliás, os dois temas ainda repercutem e podem aparecer no exame de 2020.

O professor destaca para este ano a questão do meio ambiente, tanto nacional como internacionalmente, já que tem aparecido nos últimos anos. “As queimadas aumentaram nos últimos tempos, não começou este mês ou no mês passado, é um processo que já vem acontecendo em 2019 e se intensificou em 2020”. Assim como a crise migratória, que ficou fora dos holofotes por conta da covid-19, mas também pode aparecer.

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Outros temas que merecem atenção são Oriente Médio, Guerra da Síria, que vai completar uma década agora, e crise econômica e social do Brasil – desigualdade, papel do Estado, desemprego –, que não é de hoje, mas a pandemia agravou.

Como atualidades podem aparecer no Enem

Gabriel explica que atualidades podem aparecer de duas formas no vestibular. Uma possibilidade é de forma bem indireta, apenas como uma contextualização do enunciado. “É claro que o aluno ter lido a respeito do fato e do que aconteceu pode ajudá-lo na questão, mas a atualidade ali cumpre um papel de simples contextualização”.

A outra maneira é a questão cobrar que o estudante associe o evento ou fato, diretamente, com o conhecimento disciplinar. É importante o estudante observar os principais eventos de política, economia nacional e internacional e tentar articular com os conteúdos disciplinares das diferentes áreas do conhecimento”, aconselha o professor.

Atualidades na redação do Enem

Fabiula Neubern, coordenadora de Redação do Poliedro, diz que o estudante pode usar atualidades em diferentes partes do seu texto. É possível introduzir o tema proposto apresentando um evento ou fato do contexto atual. Ou usar um aspecto da atualidade para comprovar um argumento, servindo de base da análise. “Ele também pode construir a proposta de intervenção com algo que já existe e usar como exemplo”.

Mas a professora deixa claro que não é suficiente trazer um fato, simplesmente como um exemplo que comprova algo. A parte mais importante é a análise que o estudante faz. “A análise é a conexão do fato atual e o tema proposto”, explica.

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Em relação à atualidade das propostas de redação do Enem não há um regra tão definida. O tema de 2019, “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, por exemplo, era um tema importante e trazia uma discussão interessante, mas não era um assunto que estava sendo amplamente discutido naquele ano, nem tinha uma grande polêmica atual envolvida. Já o de 2018, “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, era um tema muito em pauta no ano devido a grandes acontecimentos como o escândalo da Cambridge Analytica.

+ Confira todos os temas de redação que já caíram na prova do Enem 

Dica: relacione temas atuais

Muitas vezes, o estudante que treinou diversos possíveis temas de redação ao longo do ano pode ser pego de surpresa com um tema que não estava na sua lista de apostas. Isso pode gerar insegurança e um certo pânico. Fabiula aconselha que o estudante não se desespere. Se ele leu sobre as atualidades e pensou sobre essas discussões ao longo do ano, ele fez uma análise da realidade.

“O aluno já escreveu sobre muita coisa e foi observando com profundidade a realidade na qual ele está inserido. Essa observação é que ele vai usar para escrever qualquer tema, mesmo que seja para um tema para o qual ele não se preparou”, explica a professora. Além disso, ela lembra os candidatos que uma mesma causa dá origem a diversos problemas, e argumentos usados em um tema também podem ser adaptados e usados em outras propostas.

Para exemplificar como é possível vincular temas, Fabiula usa a temática da pandemia, que é muito significativa neste ano. O aluno espera um tema sobre a covid-19, mas aparece uma proposta para abordar adoção no Brasil – dá para pensar a adoção sobre a perspectiva da pandemia, já que ela alterou a dinâmica das relações. “Claro que isso não seria central no texto, o central seria pensar o incentivo ou não à adoção, mas ali no miolo do argumento é possível puxar esse gancho, dosando e sem fugir do tema”.

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Para essa reta final, Fabiula afirma que não é saudável que o candidato saia, desesperadamente, fazendo todo tema de redação que imaginar que possa cair. “Leu uma matéria e viu que pode cair evasão escolar, mas não fez uma redação sobre isso, leia uma reportagem sobre o assunto, veja um vídeo, para não dar a sensação de estar zerado e manter a calma”, aconselha a professora.

 

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