Seja na hora de escrever uma redação, digitar uma mensagem no celular ou mesmo no momento da leitura de um texto como este que você está lendo, o alfabeto é o conjunto de letras que nos fornece as ferramentas para que possamos nos comunicar pela escrita e entender informações. Neste texto, o GUIA DO ESTUDANTE explica a origem do alfabeto, do fenício até o romano, utilizado por boa parte do mundo ocidental nos dias de hoje.
O que é um alfabeto
O alfabeto, como costumamos aprender no início de vida escolar, é um conjunto de sinais gráficos que formam as letras. Cada letra possui um significado específico e representa um fonema, isto é, um som diferente para cada língua na qual é usada. A soma dessas letras – ou fonemas, quando as pronunciamos – formam as palavras.
A palavra alfabeto é de origem grega e representa a junção de duas palavras: alpha e beta, que são as primeiras letras do alfabeto grego.
Cada civilização ou povo cria e/ou adapta um alfabeto de acordo com seu sistema de comunicação e fala.
A história do alfabeto
Sendo ele tão importante para nossa comunicação escrita, é normal que nos questionemos: como surgiu o alfabeto?
Assim como ocorre com a língua portuguesa, a história do alfabeto é recheada de acontecimentos históricos e influência entre povos e suas culturas. Por essa razão, não se sabe com certeza o momento exato de surgimento dele – afinal, seria pouco provável que escribas das civilizações antigas registrassem o momento de nascimento do conjunto de símbolos que foram definidos justamente para seus registros.
Os alfabetos foram criados, principalmente, para o registro de atividades comerciais dos povos, além de registros um pouco mais formais de documentos oficiais de seus imperadores – algo que ficasse registrado para além da maneira oral de repassar informações.
Acredita-se que a história do alfabeto tenha se iniciado ainda na Antiguidade, durante a ascensão das civilizações egípcia e mesopotâmica, por volta do ano 2.000 a.C. Ou seja, quase dois milênios depois do surgimento da própria escrita! Na Mesopotâmia, por exemplo, se praticava a escrita cuneiforme, formada por objetos que possuíam o formato de uma cunha. Já a escrita criada pelos egípcios era formado pelos hieróglifos, desenhos que representavam ideias e, muito provavelmente, sílabas de palavras. Mas os símbolos que compunham estas formas de escrita ainda não estavam consolidados e categorizados o suficiente para receberem a alcunha de alfabeto. Por isso, convenciona-se que o primeiro alfabeto surgiu pouco depois disso, com os fenícios.
Entre os anos de 1400 a.C e 1.000 a.C, os fenícios, civilização que habitava os atuais países da Síria e o Líbano, adaptaram os hieróglifos, dispensando os que indicavam ideias e mantendo somente os que indicavam sons que eram falados. Um dos registros mais importantes da escrita fenícia são as inscrições do sarcófago do rei Ahiirâm de Biblos, de cerca de 1300 a.C., e os da pedra Moabita, do rei Mesa, de 842 a.C.
Pouco tempo depois, a civilização grega adotou a mesma técnica para seu alfabeto grego, com apenas algumas modificações, mas que mantinham a mesma ordem fonética.
A civilização grega foi tão influente por milênios entre os povos que conquistava que até a organização de seu alfabeto foi incorporada por outros povos. Os etruscos, povo que habitava o norte da Itália, também incorporaram o alfabeto grego e fizeram pequenas modificações, de acordo com sua necessidades.
O alfabeto etrusco chegou a ser a base do alfabeto latino, que é, atualmente, o alfabeto mais utilizado no mundo. Isso porque o Império Romano sofreu forte influência da civilização etrusca, inclusive na estrutura de seu surgimento, com a junção de várias aldeias que acabaram por formar a cidade de Roma. A assimilação da forma de escrita etrusca pelos romanos foi um dos grandes fatores que alavancaram as conquistas deste Império. A civilização romana, com pequenas modificações, definiu as letras do alfabeto latino como são hoje.
Foi, portanto, do alfabeto fenício que derivaram os diversos outros alfabetos que conhecemos na atualidade.
Fonte: A História do Alfabeto, de Luiz Carlos Cagliari
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