O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019, divulgado nesta terça-feira (15), aponta que, apesar de ter tido o maior avanço da história, o nível de qualidade do Ensino Médio brasileiro continua abaixo da meta.
Entre 2005 e 2017, o Ideb do ensino médio brasileiro cresceu 0,4 ponto, de 3,4 para 3,8 pontos. Em 2019, o indicador alcançou 4,2 pontos, o maior crescimento em um ano, depois de quatro anos de estabilidade. Entretanto, essa média é ainda bem inferior à que deveria ser cumprida neste ano pelo país. Somando escolas públicas e particulares, a média deveria chegar aos 5 pontos.
Os resultados, ainda que mostrem uma melhora, vêm acompanhados de pontos de desigualdade. A primeira é entre as regiões do Brasil: 39,4% das cidades do Norte e 21,1% das do Nordeste têm Ideb menor que 3,1 nas escolas estaduais. Enquanto, no Sudeste, apenas 2% dos municípios apresentam um índice tão baixo.
A diferença entre as redes particular e a estadual também preocupa. Na rede privada, responsável por 12,2% das matrículas de Ensino Médio do país, o desempenho médio no Ideb foi de 6. Na rede estadual, é de 3,9.
O que é o Ideb?
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado em 2007 para monitorar o desempenho da educação no Brasil. Ele é calculado a partir dos dados sobre aprovação, obtidos no Censo Escolar, e dos resultados do Saeb.
Ensino Médio depois da pandemia
Como mostram os dados acima, o Ensino Médio brasileiro sempre precisou lidar qualidade ruim de aprendizagem. Além da evasão, que deve se tornar ainda mais preocupante após o período de ensino a distância forçado pela pandemia.
E o retorno às aulas presenciais não será uma tarefa fácil: as preocupações vão desde o cuidado emocional com alunos e professores até a questão do espaço e como obedecer às regras de distanciamento para evitar o contágio. E não para por aí. Na volta, as escolas vão precisar enfrentar a inevitável defasagem no aprendizado. O GUIA fez uma reportagem explicando por que o Ensino Médio brasileiro vai precisar de atenção e reforço no pós-pandemia.