O avanço do Ensino Superior a distância no Brasil, já debatido por especialistas, agora se comprovou por dados oficiais: pela primeira vez, o número de vagas na modalidade EaD superou as presenciais. Em 2018, foram 7.170.567 vagas de EaD, contra 6.358.534 presenciais. Por outro lado, apesar da maior oferta de vagas, a matrícula nos presenciais ainda lidera, com 6,4 milhões de alunos matriculados — número três vezes maior que as matrículas em EaD.
Os dados são do Censo da Educação Superior, divulgado nesta quinta (19) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em uma coletiva de imprensa. O censo sempre mede os resultados do ano imediatamente anterior a sua publicação, e o avanço de vagas a distância já vinha sendo constatado. De 2016 para 2017, por exemplo, houve um crescimento de 18%. Nesta edição, o número de vagas saltou de 4,7 para 7,1 milhões. A quantidade de cursos ofertados cresceu 50%.
As políticas do governo para facilitar a abertura de cursos EaD podem estar diretamente relacionadas a esse avanço. No governo Temer as regras para expansão de cursos nessa modalidade foram flexibilizadas: em 2017, um decreto determinou que o MEC não precisaria mais aprovar a abertura de polos a distância. Já em 2018, Temer facilitou o aumento de aulas a distância em graduações presenciais, permitindo que até 40% da carga fosse oferecida dessa forma.
Apesar do diretor de estatísticas educacionais do Inep ter destacado que o aumento de vagas não corresponde à quantidade de matrículas, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o crescimento é uma tendência: “Acho que é uma tendência nacional e mundial, isso só tende a se ampliar”. Este ano, o MEC também liberou a oferta de mestrado e doutorado a distância mediante alguns requisitos específicos que devem ser cumpridos pelas universidades interessadas.