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Prédio da Faculdade de Educação da Unicamp é batizado de Paulo Freire

O educador lecionou por mais de dez anos na universidade

Por Taís Ilhéu
30 Maio 2019, 14h10
 (Unicamp/Reprodução)
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A Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) batizou, na última quarta-feira (29), o seu prédio principal com o nome do Patrono da Educação brasileira. Paulo Freire foi professor do Departamento de Ciências Sociais na Educação (Decise) da Unicamp entre 1981 e 1991, e a iniciativa de homenageá-lo dando seu nome ao prédio veio dos alunos de mestrado da faculdade.

Segundo Débora Mazza, ex-aluna do educador e atual diretora associada da FE “O prédio foi inaugurado sem nome e a reivindicação dos alunos se justifica por ser o lugar por onde o professor Paulo Freire circulou e que ainda guarda a energia dele”. Além disso, também ressaltou, segundo a nota publicada pela Unicamp, que “a nomeação se dá num momento em que as ofensivas contra a escola pública vêm de todas as partes, contra estudantes e professores, contra os recursos a ela endereçados”.

A proposta de nomeação do prédio coletou, em um primeiro momento, mais de 800 assinaturas de docentes, alunos e funcionários. Em seguida, foi ratificada pela Comissão de Pós-Graduação e, por fim, aprovada na instância máxima da faculdade, a Congregação.

Quem foi Paulo Freire

Educador e filósofo, Paulo Freire tem seu livro “Pedagogia do Oprimido” como o terceiro mais citado em trabalhos acadêmicos de todo o mundo, segundo um levantamento feito em 2016. A obra, junto com outras dezenas que ele publicou ao longo de sua vida, defende a pedagogia crítica em contraposição a uma outra que Freire chamava de “bancária”.

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Segundo ele, a educação bancária pressupõe que o professor é o detentor de todo o conhecimento e que o aluno apenas deve absorvê-lo. Do ponto de vista de Freire e da metodologia que desenvolveu, a educação é um processo de mão dupla, em que a experiência e os conhecimentos próprios dos alunos (ou educandos, como ele chamava) são decisivas para o aprendizado.

Em 1963, Paulo Freire fez sua primeira experiência de alfabetização a partir dessa metodologia, e ensinou 300 adultos de uma cidade do interior do Rio Grande do Norte a ler e escrever em menos de 40 horas. A ideia é que esse fosse o início do Plano Nacional de Alfabetização que, sob sua coordenação, seria expandido para todo o Brasil. Não foi o que aconteceu. Em 1964, com o golpe militar, Paulo Freire foi preso e depois exilado.

Ao longo de sua vida, recebeu mais de 35 títulos honoris causa de universidades de todo o mundo. Além de lecionar na Unicamp e na PUC-SP, também foi secretário municipal de Educação na gestão de Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo. Leia o perfil completo de Paulo Freire publicado pelo Guia.

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