Terremoto no Brasil: quais são os riscos e por que é tão raro
Ao contrário do que ocorre em países como o Japão, o Brasil está menos suscetível ao fenômeno. Entenda o porquê.
Eles não são inéditos por aqui – o litoral de São Paulo, por exemplo, passou por um tremor de terra em 2023 – mas tampouco são preocupantes. Será que terremotos no Brasil são sempre “seguros”? E por que são tão raros, ao contrário do que ocorre em países como o Japão?
O GUIA DO ESTUDANTE responde.
Qual a causa dos terremotos?
Para entender a causa dos terremotos é necessário olhar para dentro da Terra. A camada mais externa do planeta, chamada de crosta terrestre, é formada por placas rochosas gigantescas que se fragmentaram ao longo de eras. São as placas tectônicas. Elas não ficam em uma posição rígida porque flutuam sobre a camada logo abaixo abaixo da crosta, o manto – que é formado também por rochas, mas estas em estado pastoso, o famoso magma ou lava liberado por vulcões em atividade.
Deslizando sobre essa superfície pastosa, as placas realizam diferentes movimentos e esbarram entre si, gerando atrito, deslizando uma por baixo da outra ou colidindo diretamente. Destes movimentos, originam-se diferentes fenômenos. O Himalaia, por exemplo, mais alta cadeia montanhosa do mundo, surgiu do choque entre duas placas, a Euro-Asiática e Indiana, que por terem a mesma densidade chocaram-se e comprimiram-se, gerando uma elevação na superfície da Terra.
Já as placas que deslizam uma ao lado da outra, gerando atrito, ou as convergentes, de densidade diferente e que se chocam, tendem a produzir terremotos. São os famosos tremores de terra que sentimos aqui em cima. O que diferencia o tamanho do estrago gerado por esses tremores é a localização em relação às placas tectônicas.
+ Conheça os tipos de placas tectônicas
Por que terremoto no Brasil é tão raro?
O Brasil, assim como qualquer outro lugar no mundo, também tem uma placa tectônica para chamar de sua. O país está localizado em cima da Placa Sul-Americana – que na verdade é gigantesca, com cerca de 43 milhões de km², e abarca toda a América do Sul. Mas o que torna os terremotos tão raros por aqui é que os brasileiros estão praticamente no meio desta placa – bem longe das bordas, onde ocorrem as colisões.
O choque entre duas placas tectônicas, portanto, não costuma gerar terremotos no Brasil. O que explica, então, casos de tremores como o de agora, no interior de São Paulo, e outros como o Coxim, no Mato Grosso do Sul, em 2009?
As placas tectônicas possuem, muitas vezes, falhas que foram geradas por milênios de desgaste. São como se fossem rachaduras, que quando sofrem algum movimento geram tremores na superfície. O território brasileiro está em cima de 48 falhas geológicas, e é isto que explica os eventuais tremores que acontecem por aqui.
Eles podem até assustar, mas não costumam ser perigosos: enquanto os tremores de terra gerados em pontos de colisão entre placas tectônicas podem chegar à magnitude 7 na Escala Richter – como já ocorreu, por exemplo, no Equador – os que ocorrem pelas falhas geológicas do Brasil dificilmente superam os 4,5 graus na escala.
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