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Como a disputa entre Argentina e o Reino Unido pelas Ilhas Malvinas pode cair no vestibular

Por Mariana Nadai
Atualizado em 24 fev 2017, 16h07 - Publicado em 16 fev 2012, 18h33
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A Guerra das Malvinas foi um rápido conflito entre Reino Unido e Argentina pelo domínio das Ilhas Malvinas. O confronto começou em abril de 1982, quando o ditador argentino Leopoldo Galtieri, aproveitando uma briga histórica entre os dois países pelo território ocupado pelos ingleses desde 1883, invadiu a região.

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Na época, a Argentina vivia em um regime de ditadura militar que estava em crise e a ideia de Galtieri era trazer um sentimento nacionalista à população. O que o ditador não contava era com a reação inglesa, que enviou às Malvinas uma força-tarefa com 28 mil combatentes – quase três vezes o tamanho da tropa rival. Em apenas três meses, os militares argentinos se renderam e a batalha acabou.

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Contudo, em janeiro deste ano, trinta anos depois, o conflito voltou a ganhar destaque no noticiário de todo o mundo. E fique atento, porque a retomada do assunto não tem nada a ver com a data comemorativa. Desde o fim da guerra, a Argentina insiste pela soberania da Ilha e a questão entrou na pauta da presidente Cristina Kirchner no começo do ano. A postura da presidente foi considerada como “colonialista” pelo premiê britânico, David Cameron, que afirma que os moradores do arquipélago querem continuar sendo britânicos.

Mas a discussão ganhou mais espaço após a acusação de Kirchner sobre a militarização da região pelos britânicos. A denúncia foi feita após o Reino Unido enviar um navio de guerra, o destroier MS Dauntless, o mais moderno de sua frota naval, para a região. De acordo com David Cameron, o envio do navio faz parte das “manobras de rotina” que a Marinha Real britânica faz a cada seis meses. O que também incomodou o governo argentino foi o treinamento de seis semanas que o príncipe Willian fará nas Malvinas.

A discussão foi levada pela presidente da Argentina para a Organização das Nações Unidas (ONU) e o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, se disse esperançoso de que os dois países possam conversar e evitar mais tensões em torno da disputa.

As Ilhas Malvinas e o vestibular

Mas, afinal, toda a discussão atual em torno do domínio das Ilhas Malvinas pode mesmo cair no vestibular? Para o professor de atualidades e história, Samuel Loureiro, do Cursinho do XI, de São Paulo, sim! De acordo com Samuel, os estudantes devem ficar atentos aos momentos políticos que viviam os dois países na década de 1980 e o motivo deles terem entrado na Guerra das Malvinas.

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“Em 1982, a Argentina, que vivia em uma ditadura militar, passava por uma crise econômica e governo teve que tomar algumas medidas que deixaram a população descontente. Para mudar essa situação, o ditador Leopoldo Galtieri pensou em reacender o orgulho nacional no país”, explica Samuel. Ao que parece, a invasão de um território que os argentinos diziam ser historicamente deles era a oportunidade certa. Mas, a estratégia deu errado. Para tentar vencer a guerra, a Argentina gastou muito dinheiro, deixando o país em uma crise maior.

O Reino Unido também vivia um momento ruim. Na década de 1980, a economia da região estava em recessão e o desemprego era grande. “No ano da guerra, o Reino Unido passava por eleições e, por conta da crise, os britânicos queriam um governante que mostrasse firmeza. E foi o que a premiê Margareth Thatcher, que concorria à reeleição, demonstrou ao não abrir mão do território da América do Sul”, diz o professor. A manobra da “Dama de Ferro” deu certo. A sua atitude foi muito bem vista pela opinião pública britânica e ela acabou ganhando as eleições.

Além dessas questões, o professor Samuel comenta que os vestibulandos precisam saber os motivos pela disputa das Ilhas Malvinas. “Existe a questão do orgulho nacional, nenhum dos países quer abrir mão da região. Afora isso, hoje se sabe que o arquipélago é rico em petróleo (os ingleses dizem ter encontrado uma reserva de cerca de 8,3 bilhões de barris de petróleo nas ilhas), então claro que também há interesse econômico na questão”, diz.

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