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5 motivos que fazem do Estado Islâmico a organização terrorista mais poderosa do mundo

*por Fábio Sasaki Os atentados cometidos pelo Estado Islâmico (EI) em Paris no dia 13 de novembro de 2015 inauguraram uma nova etapa nas ações do grupo. Até então, os terroristas estavam mais focados em consolidar o poder nas áreas sob seu controle e conquistar novos territórios. Mas os ataques à capital francesa mostram que […]

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 24 fev 2017, 15h16 - Publicado em 18 nov 2015, 16h44
*por Fábio Sasaki

Os atentados cometidos pelo Estado Islâmico (EI) em Paris no dia 13 de novembro de 2015 inauguraram uma nova etapa nas ações do grupo. Até então, os terroristas estavam mais focados em consolidar o poder nas áreas sob seu controle e conquistar novos territórios. Mas os ataques à capital francesa mostram que o grupo também é capaz de promover ações para levar o pânico à população de grandes cidades europeias.

– Conheça a origem do Estado Islâmico

O terrorismo global é considerado a maior ameaça à segurança mundial, e o avanço do EI é um tema que mobiliza as discussões entre os principais líderes mundiais. Como o tema deve ser cobrado nos vestibulares, é importante entender como o EI se tornou a mais poderosa organização terrorista do mundo. Veja por quê:

5 motivos que fazem do Estado Islâmico a organização terrorista mais poderosa  do mundo
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Militante carrega a bandeira do Estado Islâmico (foto: Wikimedia Commons)

 

1 – Caos na Síria e no Iraque

As bases do EI concentram-se principalmente no norte do Iraque e da Síria. Seus líderes não resolveram fixar-se ali por acaso. O grupo assumiu o controle dessas áreas porque não havia uma autoridade forte o suficiente para deter o seu avanço. A decisão dos Estados Unidos (EUA) de se retirar do Iraque em dezembro de 2011, após uma controversa intervenção militar iniciada em 2003, provocou um vácuo de segurança. A situação era especialmente crítica no norte, onde havia fortes tensões sectárias. Com isso, milícias sunitas que seriam o embrião do EI aproveitaram para dominar a região. No começo de 2012, a guerra civil da Síria já instalava o caos no norte do país, que também se mostrou um terreno fértil para a expansão do EI. De lá para cá a força do grupo só aumentou, mostrando na prática uma velha máxima da geopolítica: não há vazio de poder que não possa ser ocupado.

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2 – Estratégias de recrutamento

Todo Exército precisa de soldados dedicados. E o EI não encontra dificuldades em recrutar voluntários que lutem por sua causa. No Iraque, o EI absorveu membros do antigo Exército de Saddam Hussein, desmantelado após a deposição do ditador, em 2003. Além disso, a população sunita do norte passou a ser cada vez mais discriminada e perseguida pelo governo pró-xiita, o que levou muitos a aderir ao grupo fundamentalista. Mas o mais impressionante é a capacidade do EI em atrair voluntários de todas as partes do mundo, inclusive do Ocidente. Muçulmanos desiludidos com a segregação e a falta de oportunidades aceitam engrossar as fileiras do EI com a promessa de salvação. Utilizando tecnologias de comunicação que vão de vídeos no YouTube a revistas online, o grupo manipula o discurso religioso para incitar o ódio e atingir seus objetivos políticos.

5 motivos que fazem do Estado Islâmico a organização terrorista mais poderosa  do mundo

Militantes do Estado Islâmico exibem armas (Foto: Wikimedia Commons)

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3 – Terror midiático

O EI também mostra seu poder pela imposição do medo e pela exposição midiática de suas ações. O grupo utiliza táticas bárbaras para dominar os povos conquistados – açoitamentos, amputações e brutais execuções, cujos métodos incluem decapitação, enforcamento e crucificação. Essa estratégia de conquista pelo terror ajudou a tornar o grupo mais temido e conhecido, principalmente a partir da divulgação de vídeos mostrando decapitações de reféns ocidentais, que ganharam ampla repercussão mundial. Os ataques a Paris também se inserem neste contexto. As mortes geram massiva exposição na imprensa, de forma que os terroristas conseguem fomentar o medo na sociedade francesa e ganhar uma plataforma privilegiada para ameaçar aqueles que se opõem ao avanço do EI.

4 – Financiamento

Guerras custam caro. Adquirir armas e sistemas de defesa, montar estratégias de inteligência e sustentar as tropas, tudo isso consome muito dinheiro. Uma das razões para o sucesso do EI é sua capacidade de autofinanciamento. Enquanto grupos terroristas como a Al-Qaeda de Osama Bin Laden sobrevivia principalmente da doação de simpatizantes, o EI criou uma vasta teia econômica. Ao instalar um governo próprio nas áreas conquistadas, o grupo consegue angariar recursos a partir da cobrança de impostos da população. Mas é o controle dos campos petrolíferos que lhe dá sustentação econômica. A venda ilegal de petróleo garante diariamente uma renda estimada em 3 milhões de dólares. Paralelamente, o EI também obtém dinheiro por meio do resgate de sequestros e do contrabando de obras arqueológicas retiradas de patrimônios históricos conquistados.

5 – Impasse entre os rivais

O EI está cercado de inimigos. Quase todos os países do Oriente Médio querem acabar com o grupo. Nem a Al Qaeda e outras organizações extremistas toleram os caras. Obviamente, esta hostilidade também é compartilhada entre as grandes potências. Mas então por que ninguém dá um jeito de derrotar o EI? A questão é complexa, mas fundamentalmente diz respeito à falta de coordenação conjunta e ao receio de enviar tropas para combater em terra firme. Atualmente, a coalizão ocidental contra o EI se limita ao treinamento de forças locais e a bombardeios aéreos, que não tem sido suficientes para conter o avanço dos terroristas. Os EUA querem evitar a repetição das intervenções militares realizadas no Afeganistão (2001), no Iraque (2003) e na Líbia (2011), que conseguiram derrubar governos hostis, mas instalaram o caos ao acirrar as divergências entre os grupos internos que disputam o poder. Diante deste impasse, o EI aproveita para consolidar seu poder.

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