As notícias internacionais mais importantes da semana de 3 de julho
Veja cinco destaques do noticiário internacional para quem vai prestar vestibular:
‘Não é Não’: Após ataques no começo do ano, Alemanha endurece lei sobre violência sexual
O Parlamento alemão aprovou nesta quinta (7), por unanimidade, uma nova definição do crime de estupro no país. Agora, o princípio do “Não é Não” está garantido na lei. Isso quer dizer que basta não haver consentimento da vítima para que o ato sexual seja criminalizado. Até então, a legislação só considerava, de fato, estupro quando havia sinais claros de uso da força e de que a mulher tentou resistir fisicamente à agressão. Com a mudança, a Alemanha adequa uma lei considerada ultrapassada – a última reforma foi há 20 anos – e passa a ratificar a Convenção de Istambul, tratado europeu que estabelece padrões mínimos para prevenir a violência contra a mulher, proteger as vítimas, levar os crimes à Justiça e desenvolver políticas públicas.
A campanha pela reforma na lei vinha desde que a Convenção de Istambul entrou em vigor, em 2014. Mas o debate sobre torná-la mais severa se intensificou após os ataques de cunho sexual na noite de Ano Novo na cidade de Colônia, no fim do ano passado. Foram cerca de mil denúncias de mulheres que se viram cercadas por grupos de homens e tiveram partes do corpo apalpadas ou foram beijadas à força. Como resposta, a nova legislação também classifica como crime de assédio sexual atos como “passar a mão” sem consentimento. Nesses casos, a pena pode chegar a dois anos de prisão. A nova legislação ainda precisa passar pelo Bundesrat (câmara onde estão representados os 16 estados alemães), o que deve acontecer no fim de setembro. Leia mais aqui.
>> Veja também: O que é cultura do estupro?
Mesmo sob críticas, Uruguai afirma que passará comando do Mercosul para a Venezuela
O governo do Uruguai, que exerce a presidência do Mercosul, informou nesta quinta-feira (7) que pretende transferir o comando do bloco para a Venezuela. A sucessão é alvo de críticas internas, principalmente do Paraguai, por causa da crise instalada no país bolivariano presidido por Nicolás Maduro. O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, defende inclusive a aplicação da chamada cláusula democrática do Mercosul, que prevê sanções a um país do bloco em caso de ruptura democrática. O próprio Paraguai foi suspenso, em 2012, após o afastamento do então presidente Fernando Lugo. Na época, com a ausência do Paraguai, os demais países do bloco aprovaram a entrada da Venezuela no Mercosul, que estava travada pelo Senado paraguaio.
A troca da presidência pro tempore do Mercosul é feita a cada seis meses e deveria ocorrer na próxima Cúpula de Presidentes do bloco, que estava prevista para a próxima terça-feira (12), em Montevidéu, mas foi cancelada. Diante do impasse, na segunda-feira (11), os chanceleres do Brasil, Paraguai, Uruguai e da Argentina vão se reunir para discutir a situação da Venezuela. Brasil e Argentina acusam o governo Maduro de dificultar a organização de um referendo por parte da oposição venezuelana que pode tirá-lo do poder.
Morte de homem negro pela polícia provoca indignação e protestos nos Estados Unidos
Um policial matou a tiros um homem negro durante uma batida de trânsito perto de Minneapolis, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos. A morte do homem, identificado como Philando Castile, aconteceu na quarta (6) e provocou protestos de organizações de direitos humanos e manifestações de indignação das autoridades sobre a violência policial.
Castile trabalhava como funcionário de um refeitório escolar. O veículo foi parado pela polícia por ter uma luz de farol queimada. O episódio foi o segundo assassinato de um negro em apenas dois dias. Desta vez, a repercussão está sendo maior porque a namorada de Philando, Reynolds, que estava no carro da vítima no momento dos tiros, gravou no aparelho celular e transmitiu ao vivo pelo Facebook os últimos instantes de vida de seu namorado. No carro, também estava a filha dela, de apenas quatro anos. Leia mais aqui.
Governo da Colômbia avalia abrir parte da fronteira para ajudar Venezuela
As autoridades da Colômbia avaliam ampliar um corredor humanitário na problemática fronteira com a Venezuela para ajudar os habitantes do país vizinho que os procuram diante da falta de alimentos e medicamentos. “Nós não vamos deixar que nossos irmãos venezuelanos passem problemas de fome ou de necessidade de medicamentos. Se tiver de ampliar o corredor humanitário, vamos ampliá-lo”, informou a chanceler colombiana, María Angela Holguín, durante visita à cidade de Cúcuta, na fronteira entre os países.
A Venezuela passa por uma séria crise econômica, com severas implicações políticas, resultando em problemas de abastecimento para a população local, especialmente a camada mais pobre. Os venezuelanos reclamam da falta de itens de necessidade básica, como alimentos e remédios, além de produtos de uso diário, como papel higiênico. A chanceler disse ainda que estão em curso negociações com as autoridades de Caracas para abertura da fronteira, fechada por ordem de Nicolás Maduro, alegando motivos de segurança.
Bagdá sofre pior atentado terrorista em 13 anos; Estado Islâmico reivindica autoria
No domingo (3), pelo menos 250 pessoas foram mortas em dois atentados terroristas em Bagdá, no Iraque. Segundo informações oficiais, um carro-bomba explodiu no bairro de Karada, no centro da capital, em um local repleto de jovens e de famílias que celebravam o fim do Ramadã, o mês sagrado dos islâmicos. Poucas horas antes, na parte oriental da cidade, outro carro-bomba explodiu.
Em um comunicado na internet, o Estado Islâmico assumiu a autoria dos dois ataques e disse se tratar de uma vingança contra os xiitas, considerados hereges pelo grupo sunita. Embora o bairro atacado fosse xiita, quase metade das vítimas do ataque em Karada era sunita, de acordo com a imprensa local.