Atualidades: professores apontam os temas que podem cair no Enem
O GUIA DO ESTUDANTE conversou com alguns professores de colégios e cursinhos para saber quais temas apresentam maior chance de cair na prova. Sem recorrer a bola de cristal ou a qualquer exercício de futurologia, o que eles fizeram foi constatar alguns assuntos que marcaram presença no noticiário deste ano e cujos desdobramentos são importantes para a compreensão do mundo de hoje.
E este ano tem sido bastante agitado. A crise brasileira, o drama dos refugiados e outras questões políticas, econômicas e sociais fazem de 2016 um ano de rupturas e transformações que tendem a ser exploradas nas questões do Enem e dos principais vestibulares.
Mas, faltando poucos dias para a prova, ainda dá tempo de ficar por dentro de todos esses assuntos? Embora a preparação adequada exija um acompanhamento permanente do noticiário, os professores acreditam que é possível se atualizar até a prova com a leitura de artigos e reportagens, o que pode ajudar o estudante a ter uma noção básica sobre o assunto.
Além disso, outra boa dica é procurar documentários sobre esses temas no YouTube. “Praticamente todo assunto tem um pequeno documentário disponível para você assistir e aprender. Para quem tem pouco tempo, essa é uma ferramenta essencial”, sugere Alexandr Linares, professor de Ciências Humanas e Atualidades do Cursinho Maximize.
Veja a seguir, alguns dos principais assuntos mencionados pelos professores e de que forma eles podem aparecer na prova.
Fique atento aos links que disponibilizamos no decorrer dessa reportagem, com artigos e matérias para ajudar os seus estudos!
IMIGRAÇÕES: A GEOPOLÍTICA DO ORIENTE MÉDIO E O ESTADO ISLÂMICO
Se questões sobre imigração já costumam aparecer todos os anos no vestibular, o fato de vivermos em uma época em que o número de refugiados é o maior desde o fim da II Guerra Mundial torna o assunto praticamente indispensável no próximo Enem. A dúvida é saber de que forma os examinadores podem explorar o tema.
De acordo com Linares, a melhor forma de se preparar para o assunto é entender o que está por trás dos fenômenos migratórios atuais – e isso exige o entendimento da geopolítica do Oriente Médio e do surgimento do Estado Islâmico. “O interesse sobre os recursos naturais de regiões como o Oriente Médio levou as grandes potências a conduzir ações que influenciaram disputas políticas e destruíram governos, desestabilizando alguns países, como o Iraque. Esses fenômenos propiciaram o surgimento de grupos como o Estado Islâmico”, analisa Linares. “A radicalização dessa situação faz com que as pessoas fujam, tentando sobreviver. Já os países que recebem os imigrantes ainda sofrem com a crise econômica de 2008 e têm muita dificuldade de absorver mão de obra”, complementa.
>> Estude aqui: Como a crise dos refugiados pode ser abordada no Enem
BREXIT: A CRISE ECONÔMICA E A ASCENSÃO DA EXTREMA-DIREITA
Em plebiscito realizado em junho, os eleitores do Reino Unido decidiram que o país deve sair da União Europeia. O Brexit (contração das palavras “Britain” e “exit”, algo como “saída britânica”, em inglês) foi debatido massivamente pela mídia e seus desdobramentos irão redefinir o funcionamento do mais importante bloco econômico do planeta.
Para Renato Marques, coordenador pedagógico do cursinho Inteligente Vestibulares, o que aconteceu no Reino Unido é resultado de uma série de circunstâncias históricas, que tem como epicentro a crise do capitalismo. “Assim como ocorreu em 1929, a crise econômica atual abriu espaço para visões autoritárias e salvacionistas, com discursos políticos que desprestigiam a democracia”, analisa Marques, em referência à ascensão de agremiações de extrema-direita, que têm conquistado apoio de parte expressiva da população da Europa e do Reino Unido em particular. “A falta de perspectivas e a dificuldade do governo em conseguir dar uma resposta a essa crise propiciou o avanço de uma visão nacionalista conservadora, que, em vez de uma proposta mais solidária, prefere se isolar”.
>> Estude aqui: Entenda o que é o Brexit
>> Estude aqui: Entenda como funciona a União Europeia
ESTADOS UNIDOS: AS ELEIÇÕES E O LEGADO DE OBAMA
No ano em que a nação mais poderosa do planeta realiza eleições para escolher o próximo presidente, o tema não deve passar batido pelos exames. Para Roberto Candelori, professor de Ética e Cidadania do Colégio Móbile, além do desenrolar do processo eleitoral dos Estados Unidos (EUA), é preciso atenção especial às realizações do atual presidente Barack Obama.
“Vale a pena estudar os aspectos positivos e negativos dos dois mandatos de Obama”, alerta Candelori. “Como ponto positivo entram os acordos que os EUA firmaram com Cuba e com o Irã. Já a questão de Guantánamo prejudicou a imagem do governo. O seu fechamento foi uma promessa do primeiro mandato de Obama e ele efetivamente não conseguiu cumprir até agora”, aponta Candelori, referindo-se à prisão que os EUA mantêm na ilha, onde ficam detidas pessoas suspeitas de terrorismo, muitas delas sem qualquer acusação formal.
>> Estude aqui: Entenda como funcionam as eleições nos EUA
CRISE NO BRASIL: ÉTICA, DEMOCRACIA E ECONOMIA
A crise econômica e política no Brasil que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff monopolizou boa parte do noticiário nacional em 2016. O processo acirrou a polarização política no país entre os que apoiaram a destituição da ex-presidente e aqueles que denunciam um golpe contra Dilma.
Para os professores entrevistados, dificilmente a prova deve entrar a fundo nessa questão, justamente para evitar a partidarização do tema. Em vez disso, eles acreditam que o assunto pode ser tangenciado, abordando outros aspectos relacionados. “A crise política pode fazer parte da prova de forma mais adaptada e abrandada. Questões relacionadas à corrupção e à ética têm chances de aparecer sem entrar no viés partidário específico”, acredita Linares.
Já Candelori acha que a crise política é uma boa oportunidade para o Enem explorar questões ligadas à democracia. “Com a atual crise de representatividade, os jovens estão buscando ampliar os canais de participação política, como as ocupações nas escolas e as manifestações têm mostrado”. Além disso, é possível associar o tema com a filosofia. “Pode-se fazer um paralelos com os gregos, que tinham a ágora para discutir os aspectos da cidade no espaço público”, compara.
Para o professor Marques, as consequências econômicas da crise também não devem ser ignoradas. “A recessão e o aumento do desemprego podem aparecer na prova. Para essas questões é fundamental se preparar para a leitura de recursos como gráficos, tabelas e mapas”, aconselha.
>> Estude aqui: O que você precisa saber sobre o impeachment de Dilma
>> Estude aqui: 10 passos para entender o “toma lá dá cá” na política brasileira
>> Estude aqui: Entenda a crise econômica brasileira em 5 passos
OUTROS TEMAS
Além desses quatro temas, os professores entrevistados destacaram ainda:
– Intolerância (homofobia, xenofobia, política)
>> Estude aqui: Homofobia: o preconceito e a luta por igualdade de direitos
>> Estude aqui: O que é homofobia
– Violência contra a mulher
>> Estude aqui: o que é cultura do estupro
>> Estude aqui: 5 desafios para alcançar a igualdade de gênero no Brasil
– Petróleo e energia
>> Estude aqui: Entenda o motivo da queda no preço do petróleo
– Coreia do Norte e questão nuclear
>> Estude aqui: 5 conflitos para você ficar de olho até o vestibular
– A crise na Venezuela
>> Estude aqui: Entenda o cenário político na América do Sul
– A pandemia do vírus zika
>> Estude aqui: O que o Zika vírus tem a ver com a globalização
– Questões ambientais: aquecimento global, água e desastre ambiental em Mariana
>> Estude aqui: Conheça os principais termos do Acordo de Paris
>> Estude aqui: O que significa desenvolvimento sustentável
>> Estude aqui: 12 temas sobre água que caem no vestibular