Cinco estrelas: conheça o curso de Design de Moda da UFG
(Imagem: Istock)
Você já se pegou pensando que, com alguns ajustes na gola, aquela blusa antiga da sua mãe ficaria perfeita para usar com sua saia nova? Já desenhou uma roupa para a costureira fazer porque não achou nada parecido nas lojas? Elaborar produtos do vestuário é o cerne da atuação profissional do formado em Moda. Se volta e meia você se pergunta se essa é a carreira certa a seguir, vai gostar de conhecer a graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), avaliada em cinco estrelas pelo GUIA DO ESTUDANTE.
“A veia principal do curso é claramente fazer com que você seja capaz de trabalhar em uma empresa como diretor criativo, lidando com processos de criação e processos industriais, ou até que seja dono da sua própria marca”, conta Nathan Oliveira, estudante do oitavo período. No entanto, a criação autoral não é tudo que os alunos da UFG aprendem: eles também estudam técnicas de fabricação de fios e tecidos e processos de tingimento. Além disso, ao longo da graduação, há disciplinas que abordam áreas relacionadas ao Design de Moda, como jornalismo, fotografia, arte, história da moda, produção, gestão de empresas e até criação de objetos de joalheria!
Prática
Para entender melhor o conteúdo e colocar a mão na massa, os estudantes de Design de Moda têm aulas nos laboratórios da graduação, que funciona no recém-construído prédio da Faculdade de Artes Visuais. Elisa Tupiná, do último semestre, destaca que a infraestrutura de costura e modelagem é boa e atende às necessidades dos alunos. Há ainda novas instalações que precisam de ajustes, como o estúdio de fotografia e o laboratório de design contemporâneo – especializado no estudo de joalheria e design de superfície. “Existem monitores fora dos horários das disciplinas para que todos os alunos possam utilizar os espaços”, diz.
“Nas disciplinas práticas fazemos exercícios de desenho, costura e modelagem e sempre aprendemos algo novo. A cada semana os professores nos pedem tarefas como, por exemplo, desenho de 20 croquis com um tema específico”, lembra Jennifer Oliveira, que finalizou a graduação em março deste ano. E Nathan completa: “as aulas de desenho iniciais são bem intuitivas, aprendemos conceitos básicos. Depois as matérias evoluem pra desenhos de observação, desenho de moda, e depois ilustração digital.”
Como a carreira também tem enfoque em design, e não é voltada somente para a moda e para o estilismo, os alunos aprendem a trabalhar e a criar por meio de projetos que são entregues ao final de cada matéria. “Somos orientados a pensar e agir com mais criatividade para encontrar soluções que mais para frente serão de grande ajuda na hora de desenvolvermos projetos”, explica Elisa.
Paulo Ricardo Lopes, do último ano reconhece que as avaliações são diferentes do convencional, mas não menos difíceis. Por isso, além de provas e trabalhos escritos – não vá pensando que irá se livrar deles! – os estudantes têm tarefas de criar, seja em grupo ou de modo individual, desde peças como sapatos a mini coleções de vestidos. “Também projetamos campanhas, pequenos filmes e até empresas fictícias, que, no meu caso, acabou se tornando uma marca real”, conta. As atividades também funcionam de forma integrada: uma mesma saia pronta e seus moldes serão avaliados tanto por professores de modelagem quanto por professores de costura, cada um analisando as especificidades de sua disciplina.
Área de atuação
A maior oferta de vagas para designers e estilistas está nas regiões sul e sudeste, mas Jennifer destaca que o setor tem crescido bastante no nordeste. “A indústria está sendo impulsionada especialmente pelo Ceará e por concursos que visam investir em novos estilistas, como o Dragão Fashion Brasil”, explica. É importante lembrar que um estilista nem sempre trabalhará criando para sua própria marca. Há muitos profissionais que atuam na criação de lojas de departamento, ou fast fashion, e também em confecções, como de roupas casuais, de banho e íntimas – mercado que absorve grande parte dos formados em Goiânia, onde funciona o curso da UFG.
Além disso, o designer de moda não precisa necessariamente criar peças e coleções, como conta Paulo. “Ele pode atuar em áreas como produção de moda, consultoria de estilo e museologia do vestuário, que envolve trabalhar com armazenamento e preservação de roupas”. Por isso é comum encontrar profissionais nas funções de técnico têxtil, lavanderista, costureiro, modelista, ilustrador e desenhista digital.
‘Pinta não paga conta’
Os estudantes fazem questão de ressaltar que o mercado de moda não é nem um pouquinho glamourizado como filmes, jornais, revistas e eventos de luxo sugerem. “Moda é trabalho, esforço e dedicação”, lembra Jennifer. Veja o que os alunos da UFG disseram, tire as dúvidas que restaram e apaixone-se pela carreira! 😉
Nathan Oliveira: “Glamour e luxo só existem pra quem consome moda. Quem produz não passa nem perto! Já percebeu que quem trabalha em desfiles e evento de moda estão sempre de jeans, tênis e camiseta básica? A figura do estilista está cada vez mais sendo substituída pelo Designer. Aquele cara que tem inspirações divinas é cercado por glamour e não se envolve com a confecção do produto não combina muito bem com as necessidades da indústria hoje em dia. Muitos profissionais vão sim atuar em grandes empresas na área de criação e isso é bem mais legal e vantajoso do que se pinta por aí. Grandes lojas de departamento já perceberam a necessidade de equipes de profissionais de criação e isso resulta em muitas vagas para nós, recém-formados.”
Elisa Tupiná: “O mundo da moda é bem glamourizado e muitas pessoas entram no curso achando isso. A grande verdade é: ‘pinta não paga conta’, escutei isso numa aula da professora Lorena Abdala e é a mais pura realidade! Mesmo as editoras de revistas que você vê nos desfiles das grandes grifes ralam bastante. Moda é uma área em que você precisa trabalhar muito, por trás de um desfile existe uma equipe enorme correndo contra o tempo para que tudo saia como planejado. Mas é uma correria gostosa e que no fim, se você realmente está preparado, vai gostar bastante. O mesmo acontece no mundo do varejo nas grandes lojas e em qualquer outro, é tudo uma correria sem fim. Mas se você gosta de uma vida agitada e com novos desafios a cada dia, acho que moda é a carreira certa.”