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O curso de Engenharia de Aquicultura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é um dos mais antigos do país nessa área e tem como enfoque formar profissionais capazes de administrar produções de espécies aquáticas, como peixes, crustáceos, moluscos e plantas aquáticas. A cada semestre a graduação, avaliada com 5 estrelas no Guia do Estudante 2014, recebe 40 novos alunos. O curso diurno, ministrado no campus de Florianópolis, tem ingresso pelo processo seletivo da própria universidade e duração mínima de cinco anos.
Ao longo da graduação, os estudantes estarão em contato com disciplinas que vão desde os tópicos mais teóricos, como Fundamentos em Solos, Hidrologia e Climatologia, Matemática e Ecologia de Sistemas Marinhos, até temas mais próximos da vida de um engenheiro de aquicultura. Cultivo de Moluscos, Tecnologia Pós-Despesca, Patologia de Organismos Aquáticos, entre outras matérias mais específicas, passam a fazer parte da grade curricular nos anos seguintes. Além das disciplinas laboratoriais, a graduação da UFSC tem enfoque prático, como conta Diogo Bagatin, aluno do oitavo semestre. “Além de sairmos da sala de aula para conhecer as estruturas de fazendas de cultivo parceiras, a maioria das disciplinas tem projetos e aulas práticas”.
Diogo explica que o curso não está voltado para um só tipo de nicho produtivo de organismos aquáticos. “Temos vários laboratórios, como de estudos de camarões, peixes de água doce, peixes marinhos, microalgas, moluscos…. até polvos já estamos conseguindo reproduzir em laboratório!”, revela. Mathias Pchara, estudante do nono semestre, também considera as aulas práticas como um dos pontos mais “empolgantes” da graduação. “Nós fazemos algumas saídas de campo em que visitamos produtores ou empresas da área para vermos como funciona cada etapa do que aprendemos na graduação. Há também práticas bem divertidas como fazer a despesca em tanques de peixes de água doce”, conta.
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Mercado de trabalho
O aluno, que estagia na seção de macroalgas do laboratório de camarões marinhos da universidade, afirma que pretende ingressar no mestrado para seguir com os estudos sobre algas. Além desse campo de trabalho, um engenheiro de aquicultura também pode atuar em outras áreas de destaque, como em produção de organismos aquáticos, nutrição, melhoramento genético, gestão de negócios, processamento e beneficiamento, tratamento de efluentes, construção civil, hidráulica, patologias, qualidade de água etc. Entretanto, ao contrário do fluxo normal de trabalho que agrega as principais oportunidades em grandes centros, Diogo lembra que o mercado para o profissional está, em sua maior parte, concentrado em fazendas aquícolas no interior do país.
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Mathias lembra que decidiu por Engenharia de Aquicultura ao acompanhar a experiência positiva de seu irmão mais velho, também aluno do curso da UFSC. “Depois de entrar, me encantei pela graduação. Para cultivarmos animais aquáticos precisamos aprender os diversos aspectos do funcionamento de seu organismo e isso é impressionante”. A proximidade de um amigo que cursava Aquicultura também foi o que levou Diogo a pesquisar mais sobre a carreira. Saber que se tratava de uma área de trabalho em crescimento e que traria contato direto com o meio ambiente foi decisivo para que o estudante optasse por essa graduação.
Vida de universitário
Para quem se interessa pelo campo de aquicultura, os estudantes fazem questão de ressaltar que vale a pena estudar na UFSC. “Nós temos excelentes professores que estão sempre buscando novos métodos de estudo e aprendizado”, diz Mathias. Além disso, Diogo conta que os calouros da graduação passam por dois trotes bastante divertidos: o trote ecológico e o trote sujo. “No trote ecológico, os alunos vão a algum ponto de Florianópolis, como em ilhas nas proximidades, praias, mangues, para coletar lixo. Já no trote sujo, que é voluntário, os alunos participam de uma gincana junto com calouros de outros cursos da universidade”, explica.