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A carreira de diplomata em 10 perguntas e respostas

O diplomata é o servidor público que representa o Brasil perante as outras nações. Saiba mais sobre a profissão

Por Lisandra Matias
Atualizado em 12 jul 2019, 12h40 - Publicado em 31 out 2017, 16h00
A carreira de diplomata em 10 perguntas e respostas
(Getty Images/Reprodução)

1 – Que curso superior devo fazer para ser diplomata?

Não há um curso específico para isso. Quem quer ser diplomata precisa ter um diploma de curso superior em qualquer área e ser aprovado no concurso público realizado pelo Instituto Rio Branco (IRBr), órgão responsável pela formação  dos diplomatas brasileiros, ligado ao Ministério das Relações Exteriores.

2 – O que faz exatamente um diplomata?

O diplomata é o servidor público que representa o Brasil perante as outras nações. Ele negocia acordos internacionais, promove os interesses comerciais brasileiros, estimula relações culturais e econômicas entre o Brasil e outros países, dá apoio a brasileiros em viagem ou que vivem no exterior e busca informações importantes para a condução da nossa política externa, por exemplo.

3 – Onde ele trabalha?

Ele pode trabalhar no exterior ou no Brasil. No exterior, os diplomatas brasileiros atuam em embaixadas e consulados, que são as representações do Brasil nos países estrangeiros. Outra possibilidade é participar de missões internacionais em diferentes países ou ocupar cargos em agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU). Em território nacional, ele desempenha funções no Ministério das Relações Exteriores (também conhecido como Itamaraty), em Brasília ou nos escritórios regionais.

4- Quais características são importantes para a carreira?

É preciso ter interesse em questões internacionais e gostar de conhecer diferentes culturas. Também é importante ter iniciativa e saber agir sob pressão.

5 – Quais as vantagens de ser diplomata?

O diplomata conta com estabilidade e um plano de carreira bem definido, com seis níveis:  terceiro-secretário, segundo-secretário, primeiro-secretário, conselheiro, ministro de segunda classe e ministro de primeira classe ou embaixador. A promoção leva em conta mérito e tempo de trabalho. É preciso permanecer pelo menos três anos em cada classe para ser promovido.

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6 – O futuro diplomata recebe um salário durante o curso?

A partir do momento em que começa o Curso de Formação do Instituto Rio Branco (IRBr) e se torna terceiro-secretário, o ingressante recebe um salário inicial R$ 16.935,40. Para quem atinge o posto de embaixador, com no mínimo 20 anos de experiência, o valor é de R$ 24.142,66 (R$ 25.745,61 a partir de 1 de janeiro de 2018).

7 – Como é o concurso de admissão do Instituto Rio Branco?

O concurso é realizado anualmente pelo CESPE/UnB. A inscrição deve ser feita exclusivamente online. Após preencher a ficha de inscrição, é preciso escolher uma das 27 cidades onde fazer a prova (26 capitais dos estados, além de Brasília) e pagar a taxa de R$ 225. A prova é aplicada em três fases.

8 – É verdade que a concorrência é grande?

Sim! No processo seletivo de 2017, por exemplo, foram 5.939 inscritos para 22 vagas (na ampla concorrência), uma média de quase 270 candidatos por vaga!

9 – Há reserva de vagas para afrodescendentes e pessoas com deficiência no concurso?

Sim. Para candidatos com deficiência física, há reseva de 5 % das vagas (foram 2 vagas das 30 oferecidas em 2017).

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Para candidatos negros são destinadas 20% das vagas (foram 6 vagas reservadas em 2017). O instituto também oferece a Bolsa Prêmio de Vocação para a Diplomacia a afrodescendentes no valor de R$ 30 mil anuais. O objetivo é custear os estudos preparatórios para a prova de admissão. Para concorrer, é necessário se autodeclarar negro e ser aprovado em um processo seletivo próprio.

10– Quais conteúdos são pedidos nas provas? Elas são muito difíceis?

As provas são consideradas bem difíceis – além de inglês, há exigência de conhecimento de espanhol e de francês – e compreendem três fases:

Na primeira fase, a prova é objetiva, com questões de português, história, geografia, política internacional, inglês e noções de economia, de direito e de direito internacional público. São 73 questões objetivas, do tipo certo e errado com quatro itens para julgamento. A duração do exame é de seis horas.

Na segunda fase, são duas provas (língua portuguesa e língua inglesa) com duração de cinco horas. A prova de português é dissertativa e composta de duas questões (de interpretação, análise ou comentário de textos, de 120 a 150 palavras cada uma), e uma redação sobre um tema geral, de 600 a 650 palavras. O exame de Língua Inglesa inclui redação, tradução, versão e resumo.

A terceira fase é composta de seis provas, divididas em três dias, com quatro horas de duração cada. Os exames de geografia, política internacional, noções de economia, história do Brasil e noções de direito e direito internacional público são discursivos e têm quatro questões cada um. A prova de francês e espanhol inclui elaboração de resumo e versão. 

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