A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) apresentou, no I Colóquio Internacional de Engenharia da Complexidade, em São Paulo, no último dia 5 de abril, os detalhes do novo curso de Engenharia da Complexidade. Inédito no Brasil, ele deverá ser implementado no campus da instituição na cidade de Santos, litoral paulista. Mas, como ele ainda precisa ser analisado e aprovado por instâncias decisórias da USP, ainda não há uma data definida para ser oferecido aos estudantes.
E o que seria a “Engenharia da Complexidade”? É a engenharia que utiliza de maneira integrada conhecimentos de outras áreas da engenharia e da ciência para analisar, compreender e propor soluções para ambientes que reúnem um conjunto diverso de componentes. Um exemplo seria propor como solução para um problema de mobilidade urbana a ampliação de vias ou construção de um viaduto ou túnel observando não só os aspectos construtivos, mas o impacto da obra na população, no ambiente urbano e na economia.
Segundo o professor do departamento de Engenharia de Produção da Poli, Mauro Zilbovicius, um dos integrantes do grupo de trabalho que estrutura o novo curso, “é preciso superar a análise por separação das áreas, pois os engenheiros estão e estarão cada vez mais sendo desafiados por problemas cujas soluções são complexas”. Para um curso de Engenharia da Complexidade interessará, portanto, formar alunos capazes de atuar em ambientes multi ou interdisciplinares, sendo um promotor da integração entre as diversas áreas não só da Engenharia, mas do conhecimento científico em geral.
Estrutura do curso
O curso, que deverá ter duração de cinco anos, será organizado em sete grandes blocos e utilizará a metodologia de ensino-aprendizagem por projeto.
Do primeiro ao terceiro ano, os estudantes terão as aulas de Projeto em Engenharia da Complexidade; de Ciências, que tratarão de conhecimento geral básico e interdisciplinar (Matemática, Física, Química e Biologia); as matérias de Ciências da Engenharia e Complexidade; e horas-aula para trabalho pessoal, que poderão ser usadas para cursos como línguas estrangeiras e outras atividades extra-classe.
No quarto ano, no primeiro semestre, continuam as aulas de Projeto em Engenharia da Complexidade, mas no lugar de Ciêncas da Engenharia e Complexidade, entra a disciplina Organizações, Produção, Trabalho e Tecnologia, continuando as horas-aula dedicadas para Trabalho Pessoal. No segundo semestre, toda a carga horária será destinada para atividades eletivas supervisionadas, que podem ser desenvolvidas no exterior, em estágio ou intercâmbio.
No quinto ano, o primeiro semestre é dedicado aos Módulos Temáticos, como Serviços; Cidades; e Energia e Mar. No módulo Cidades, por exemplo, o aluno vai estudar disciplinas como Smart Cities; Saneamento Básico; e Mobilidade Urbana, entre outras. Em Serviços, estarão matérias como Ferramentas de Suporte a Decisão; Trabalho e Psicodinâmica do Trabalho em Serviços; e Serviços de Educação, Saúde, Segurança Pública. Em Energia e Mar constam conteúdos como Ciências dos Dados Aplicada à Exploração Marítima e à Produção de Energia; Recursos Biológicos e Minerais do Mar; e Operações Marítimas – Infraestrutura Portuária e Logística. O último semestre é dedicado para a realização e a apresentação do trabalho de conclusão do curso. Essa grade pode sofrer alterações, pois as disciplinas ainda estão sendo estruturadas.