Os critérios para as notas das cinco competências de escrita avaliadas na prova de redação não mudaram para o Enem 2017. Foi o que confirmou ao Guia do Estudante a direção do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que produz a prova.
A confirmação do Inep vem após alguns blogs divulgarem que teriam sido anunciadas mudanças aos corretores, durante os treinamentos realizados pela Fundação Vunesp, de São Paulo, que fará pela primeira vez a correção dessa prova.
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A avaliação da redação no Enem abrange 5 competências, com 5 níveis de qualidade em cada uma, totalizando 200 pontos por competência totalmente alcançada e nota máxima de 1000 pontos na prova.
As mudanças que teriam sido anunciadas no treinamento aparecem em detalhes na internet. Os autores afirmam que na competência 5, que pede proposta de intervenção social, com respeito aos direitos humanos, os corretores considerariam, para conceder os 200 pontos, que o candidato apresente uma proposta completa e detalhada: o que será feito, quem fará, como fará e para que finalidade fará, ou seja, com quais expectativas. Essa última solicitação, a do resultado esperado, seria nova e teria aumentado a dificuldade de se obter a nota 1000.
Além disso, os corretores estariam sendo orientados a considerar apenas uma proposta de intervenção central e detalhada, e a não considerar outras, quando o candidato colocar várias medidas possíveis.
“Não é verdade. Os critérios para a correção da Redação do Enem não mudaram, apenas estão mais claros para os avaliadores”, afirmou Luana Bergmann Soares, diretora de Avaliação da Educação Básica do Inep. “Em breve será publicada a versão 2017 da cartilha do participante a fim de auxiliar na preparação para o Exame”, informou.
Corretores consultados pelo Guia do Estudante, que participaram desse treinamento, e de anteriores, disseram que apenas foram explicitados aspectos essenciais a serem observados em cada competência para obter a nota máxima, como em treinamentos anteriores, sem anúncio de novidades ou mudanças.
O Inep já alterou pequenas regras de avaliação a partir de 2009, para adequar a prova que passou a ser vestibular de acesso ao ensino superior e evitar situações irregulares. As avaliações têm sido mais rigorosas. Sinal disso é que o número de candidatos que obteve a nota 1000 na redação diminuiu de 104 em 2015 para 77 em 2016.
Apesar do maior rigor, uma estudante conseguiu a nota máxima na última edição plagiando outras redações que ela decorou. Na ocasião, percebeu-se que diferentes citações de filósofos e escritores podem ser usadas, na prática, para ilustrar dissertações sem que tenham a chamada “aderência” à argumentação. É o uso de fórmulas prontas. O fato foi publicado pelo site do Guia do Estudante e levou a presidente do Inep, professora Maria Inês Fini, a afirmar que o ocorrido era “lamentável” e que tomaria providências.