10 filmes argentinos para aumentar o repertório
Produções argentinas disponíveis no Brasil tratam de questões sociais e políticas, além de contribuir no aprendizado do idioma
Já ouviu falar que a Argentina tem o melhor cinema da América Latina? O elogio é merecido. Você sabia também que os argentinos fazem um retrato muito contundente do seu próprio país – e podem nos ajudar não só a conhecê-lo melhor como a conhecer ao próprio Brasil?
Por isso, separamos para você uma lista de 10 filmes dos últimos anos com os quais você pode viajar sem sair de casa. =)
1. Minha obra prima (2018), de Gastón Duprat
Uma comédia de humor cínico-portenho. Conta a história da relação entre um galerista e um artista decadente e misantropo. O filme é uma oportunidade única para se discutir a influência do mercado sobre a arte contemporânea e os valores tortos que cercam este mundo. Disponível na Netflix
2. O Cidadão Ilustre (2016), de Gastón Duprat e Mariano Cohn
Um drama que conta a história de um ganhador do Nobel que aceita a homenagem de sua cidadezinha, para onde não regressa há quarenta anos. O que seria uma espécie de “em busca do tempo perdido” se torna um filme eletrizante sobre a função da arte, o preconceito, o ressentimento e os valores de cada um. Disponível na Netflix
3. Palermo Hollywood, de Eduardo Pinto
A história de dois amigos – um rapaz pobre e o filho de um político – que prestam serviços a um mafioso e se envolvem em um sequestro. História trágica narrada por um olhar irônico que discute a desigualdade social e sua influência sobre diferentes instâncias da vida, como o Judiciário. Disponível na Netflix
4. As mil e uma (2020), de Clarissa Navas
Uma crônica passada na periferia de Buenos Aires. A história do relacionamento de duas adolescentes. O filme é como um fio que se solta e se vai em desalinho. Simples, sutil, comedido,melancólico mas também bem humorado que nos ajuda a refletir sobre o preconceito, a falta de oportunidades, sobretudo entre os jovens da Argentina, Brasil e, bem, da América Latina como um todo. Disponível na Netflix
5.Uma espécie de família (2017), de Diego Lerman
Uma médica que não pode ter filhos decide comprar a criança de uma mulher pobre e se vê envolvida numa trama cheia de ambiguidades para conseguir este bebê. Um drama intimista, seco, denso, que toca de modo muito agudo na questão da desigualdade. Já parou para pensar que algumas pessoas não podem sequer ter filhos – e não por razões biológicas, mas socioeconômicas? Disponível na Netflix
6. Crimes de família (2020),de Sebastián Schindel
Um drama de tribunal com duas histórias paralelas: um caso de estupro cometido pelo filho da protagonista, Alicia (Cecília Roth), e um crime cometido por sua empregada analfabeta. A obra mostra como a desigualdade social reverbera no sistema jurídico. Drama denso, preciso, com uma crítica social bem apurada. Disponível na Netflix
7. El patrón (2014), de Sebastián Schindel
Do mesmo diretor de “Crimes de Família”, o filme conta a história do funcionário de um açougue que é levado pelas circunstâncias a cometer um crime e tem sua simplicidade, pobreza e analfabetismo usadas contra si mesmo pelo Judiciário. Disponível na Netflix
Até aqui, nenhum dos filmes indicados contam com a presença marcante de Ricardo Darín, o mais famoso ator argentino. Mas calma lá! Vamos a ele:
8. O Segredos dos seus olhos (2010), de Juan José Campanella
A obra ganhadora do Oscar conta a história de um escritor – vivido por RicardoDarín – que, aposentado do Judiciário, decide escrever um livro. O homem encontra em um caso real de estupro e assassinato sua inspiração – e acaba se envolvendo na investigação. Disponível na Amazon Prime
9 – Relatos selvagens (2014), de Damián Szifron
O longa reúne uma série de pequenas histórias de humor negro que formam um painel da vida argentina nos dias de hoje. Injustiças, ressentimentos, desigualdade, cansaço e fúria são alguns dos sentimentos e temas que compõem a obra de humor negro – e conta com Ricardo Darín. Disponível no Globoplay e Telecine Play
10 – El Angel, de Luis Ortega
Neste filme, a família Darín está representada pelo filho de Ricardo, Chino. Mas não é ele quem protagoniza a obra e, sim, o jovem ator Lorenzo Ferro que interpreta o “anjo” do título: Carlitos, um psicopata que comete uma série de crimes por Buenos Aires ao longo da década de 1970. A história é inspirada num caso real. Disponível: atualmente indisponível no Brasil.