6 obras de arte que caíram nos vestibulares em 2022
Seguindo as expectativas, o quadro "Independência ou Morte" apareceu na primeira e segunda fase da Unicamp; veja outras obras cobradas
Provas cada vez mais interdisciplinares, muitas questões de inglês e poucas de literatura. Não faltaram surpresas nos vestibulares de 2022 mas, para o conforto dos estudantes, algumas tradições permaneceram. A cobrança de obras de arte é uma delas e serve de alerta para os estudantes que dão pouca atenção à disciplina durante o ano. As artes são, e muito, valorizadas nos vestibulares!
Para destacar a importância e a relevância da disciplina, separamos seis obras de arte que caíram nos vestibulares de 2022, tanto em primeiras quanto em segundas fases. Conheça um pouco a história de cada uma delas!
Laocoonte – El Greco
Criada entre 1610 e 1614, a obra, que apareceu no primeiro dia de provas do Enem 2022 (Exame Nacional do Ensino Médio), retrata a morte de Laocoonte e seus filhos. Laocoonte, segundo a mitologia grega, aconselhou a população de Troia a não aceitar o cavalo de madeira grego. Na imagem, ele aparece sendo punido pelos deuses por isso. A questão do Enem pedia que o candidato identificasse uma característica do maneirismo – movimento artístico a qual a obra pertence – presente na imagem.
Vespúcio Descobre a América – Jan van der Straet
A gravura de 1589 do artista Jan van der Straet retrata a descoberta do continente americano por Américo Vespúcio, destacando o contraste entre as representações do Novo e do Velho Continente. A obra caiu na primeira fase do vestibular da Unicamp 2023, junto de um trecho de Flávia Galli Tasch que relatava a importância histórica da construção visual das gravuras como meio de comunicação entre o velho continente e o recém descoberto. O candidato deveria relacionar a imagem e o texto.
In Absentia – Regina Silveira
Criada pela artista plástica Regina Silveira em 1983, a obra foi apresentada pela primeira vez na 17ª Bienal de Arte de São Paulo. A peça fez parte do primeiro dia de provas do Enem 2022. A questão pedia que os candidatos relacionassem a peça com a primeira criação ready-made do artista Marcel Duchamp, Roda de Bicicleta. Ready-made foi um termo criado pelo próprio Duchamp para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias).
Rosa e Azul – Pierre Auguste Renoir
Em 1881, ano em que pintou “Rosa e Azul”, o artista impressionista Renoir usou suas cores favoritas ao longo de sua carreira artística para retratar as irmãs Alice e Elisabeth, filhas do banqueiro judeu Louis Raphael Cahen d’Anvers. É por esta razão, inclusive, que a pintura é também conhecida como As Meninas Cahen d’Anvers. Por incrível que pareça, a família não gostou do quadro, e guardou-o em um lugar escondido de sua casa, até ser redescoberto anos depois. Hoje, “Rosa e Azul” encontra-se em exibição no MASP, fazendo parte do acervo fixo do museu.
O quadro caiu na primeira fase da Fuvest 2023 em uma questão de Química que pedia para o candidato descobrir quais produtos poderiam ser usados nas produções de tinta rosa e azul a partir do extrato de repolho roxo.
A Primeira Missa do Brasil – Victor Meirelles
A pintura, que estreou no Salão de Paris em 1861, é uma representação iconográfica da celebração feita no recém descoberto continente, mas tem pouca semelhança com a realidade histórica. O quadro apareceu na primeira fase da Unicamp 2023, junto com a famosa obra Independência ou Morte (abaixo). A questão usava duas das mais conhecidas obras sobre acontecimentos marcantes do Brasil para assinalar a resposta correta sobre a produção do passado histórico do país.
Independência ou Morte – Pedro Américo
Um dos mais famosos quadros de origem brasileira é datado de 1888 e retrata o grito de independência do Brasil, dado pelo imperador D. Pedro I às margens do rio Ipiranga no ano de 1822. Independência ou Morte representa diversos povos brasileiros que ajudaram a construir o país até a sua independência, mas, obviamente, sua construção é uma releitura de Pedro Américo para eternizar o momento de maneira heróica e bela.
Caiu tanto na primeira quanto na segunda fase da Unicamp 2023. Na primeira fase, apareceu junto de A Primeira Missa do Brasil (acima); já na segunda, apareceu ao lado de uma charge de releitura do quadro, da quadrinista Laerte, junto de uma descrição da artista de sua relação com a obra. Está em exposição no Museu do Ipiranga, em São Paulo.