4 questões sobre energia que já caíram no Enem e vestibulares
O assunto é carta marcada nos vestibulares. Você acertaria as perguntas? Faça o teste!

A energia é o que move e aquece o nosso corpo, é essencial para todos os seres vivos e é também necessária para o funcionamento das sociedades, da agricultura, da indústria e das cidades. Todos os países mantêm políticas permanentes de busca por novas fontes de energia e de aumento de sua produção e oferta. Já deu para notar que o assunto é importante, certo?
Não é à toa que questões relacionadas ao tema são constantes no Enem e em grandes vestibulares. As provas querem saber se o estudante está por dentro da matriz energética do Brasil, se ele sabe a importância da transição para fontes menos poluentes e se entende os dilemas geopolíticos que cercam o assunto.
Será que você está preparado para responder a tudo isso? O GUIA DO ESTUDANTE selecionou 5 questões abordando a energia que já apareceram nas provas. Confira abaixo e teste seus conhecimentos.
+ A produção de energia no Brasil e no mundo, em 4 gráficos
1. Unicamp 2025
O cartum é um gênero de texto que apresenta uma visão crítica sobre a realidade por meio da articulação entre diferentes elementos, tais como exagero, humor, ironia, expressões faciais, imagens e cores. Além disso, o humor do cartum pode se construir com base em incongruências entre elementos que o compõem. O cartum a seguir foi adaptado. Na sua versão original, a cor cinza e a cor verde foram usadas.

Partindo-se do pressuposto de que, do ponto de vista ambiental, a cor cinza denota uma condição desfavorável e a cor verde denota uma condição favorável, assinale a alternativa correta.
A – A cor verde, se usada tanto na bicicleta quanto na roupa da ciclista, estaria de acordo com outros elementos presentes no conjunto bicicleta/ciclista. A concepção da ciclista sobre transição energética está correta.
B – A cor verde, se usada tanto na bicicleta quanto na roupa da ciclista, estaria de acordo com outros elementos presentes no conjunto bicicleta/ciclista. A concepção da ciclista sobre transição energética está incorreta.
C – A cor cinza, se usada tanto na bicicleta quanto na roupa da ciclista, estaria de acordo com outros elementos presentes no conjunto bicicleta/ciclista. A concepção da ciclista sobre transição energética está correta.
D – A cor cinza, se usada tanto na bicicleta quanto na roupa da ciclista, estaria de acordo com outros elementos presentes no conjunto bicicleta/ciclista. A concepção da ciclista sobre transição energética está incorreta.
RESOLUÇÃO
Em seu vestibular 2025, a Unicamp, nesta questão, relaciona o tema ambiental à expressão artística na forma de um cartum. Como a própria questão explica, em termos ambientais, a cor verde denota uma condição positiva, e a cinza, negativa. Por isso, só de olhar a imagem, é fácil imaginar que a bicicleta (bem como a roupa da ciclista, que é da mesma cor de acordo com todas as alternativas) é da cor verde. Isso nos permite descartar de pronto as alternativas c e d, que indicam que a bicicleta e a roupa seriam cinzas. Em relação às duas primeiras opções, a diferença é relativa à concepção da ciclista sobre a transição energética. Ora, o cartum é irônico a respeito disso, ao mostrar que, para que a bicicleta elétrica “ecológica” funcione, é preciso produzir eletricidade numa usina que despeja grossa quantidade de poluentes na atmosfera. No final das contas, o uso do equipamento não favorece o meio ambiente. Portanto, a concepção da ciclista sobre a transição energética é incorreta. A alternativa b é a certa.
2. Fuvest 2025 (adaptada)
Da moenda para a célula a combustível: caldo de cana é usado para produzir energia elétrica
“Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão associado à USP, testaram o uso de caldo de cana para gerar energia elétrica em células a combustível. O processo dispensa a transformação do caldo in natura em etanol, feita nas usinas de álcool, impedindo a formação de resíduos nocivos ao meio ambiente. Após o êxito dos experimentos em laboratório, os cientistas vão desenvolver a aplicação da técnica em escala industrial. ‘A célula a combustível tem o mesmo princípio de funcionamento de uma pilha. A diferença é que o combustível serve como reagente para ser consumido e gerar eletricidade’, explica o pesquisador do Ipen, Almir Oliveira Neto, que coordenou a pesquisa. ‘No dispositivo que foi desenvolvido na pesquisa, a oxidação do caldo de cana acontece no ânodo e a redução de oxigênio no cátodo. O objetivo do experimento era obter energia da biomassa com o mínimo impacto ambiental possível. Para isso, utilizou-se o caldo de cana em uma célula a combustível para gerar energia elétrica’, diz o pesquisador. ‘O uso do caldo de cana direto evita a formação de vinhaça, um resíduo ambientalmente perigoso decorrente da produção de etanol, contribuindo, assim, para a preservação do meio ambiente’.”
Disponível em https://jornal.usp.br/ciencias/ (Adaptado)
De acordo com o texto, a pesquisa com caldo de cana apresentou resultados promissores em relação à sustentabilidade ambiental, porque
A – o caldo in natura é obtido com facilidade, demandando somente a utilização das moendas, o que barateia os custos do processo.
B – a energia elétrica proveniente da célula a combustível é considerada limpa, já que esse dispositivo dispensa o uso de pilhas, cujo descarte constitui um problema ambiental.
C – a vinhaça, resíduo danoso ao meio ambiente, deixa de ser produzida ao se evitar a transformação do caldo de cana em álcool.
D – a célula a combustível se destaca pela economia energética gerada ao funcionar como uma pilha, reduzindo a quantidade de caldo de cana utilizada.
E – o Ipen não produz o caldo de cana em escala industrial, o que diminui a produção da vinhaça poluidora do meio ambiente.
RESOLUÇÃO
Esta questão da Fuvest 2025 é basicamente de competência leitora, ou seja, feita para testar a capacidade do aluno de entender as informações contidas no texto apresentado. O aluno não precisa saber nada, previamente, sobre célula a combustível com caldo de cana. Basta ler o que a prova apresenta. Podemos afastar a alternativa a, pois em nenhum momento o texto aborda os custos financeiros do processo analisado. Assim como a letra b está errada: a palavra “pilha” só aparece como meio de se fazer uma comparação, e não como objeto de análise ambiental. A opção d também está incorreta, pois em nenhum momento o desenvolvimento da célula a combustível é abordado sobre o ângulo da “economia”. A opção e está errada, pois o que evita a existência de linhaça ao final é o próprio método usado para a produção de energia. A alternativa c é a correta: o processo apresentado deixa de produzir a vinhaça como subproduto.
3. PUC-SP 2025
A implantação da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, aumentou em até três vezes as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na região amazônica. As conclusões são de um estudo coordenado pelo Instituto de Geociências (IGc) da USP, em parceria com a Universidade de Linköping, na Suécia, a Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e a Universidade Federal do Pará (UFPA). Os pesquisadores chegaram a esse resultado depois de medirem os fluxos de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) em 23 pontos dos reservatórios da usina e no curso do rio Xingu. As amostras foram coletadas durante as estações seca e cheia no primeiro e no segundo ano após a inundação dos reservatórios (2016 e 2017) e comparadas com as emissões de GEE antes da construção e implantação da usina (2012 e 2014).
Fonte: MARIZ, Fabiana. Usina de Belo Monte eleva em até três vezes a emissão de gases de efeito estufa na região amazônica, sugere estudo. Jornal da USP, São Paulo, 13 jul. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/usina-de-belo-monte-eleva-em-ate-tres-vezes-a-emissao-de-gases-de-efeito-estufa-na-regiao-amazonica-sugere-estudo/. Acesso em: 27 set. 2024.
O problema ambiental explicitado no texto é decorrente da:
A – compactação do solo em terrenos adjacentes.
B – modificação dos padrões de drenagem superficial.
C – redução da biodiversidade de ambientes aquáticos.
D – intensificação da eutrofização em meandros fluviais.
E – decomposição da matéria orgânica em áreas inundadas.
RESOLUÇÃO
Nessa questão de seu vestibular de verão 2025, a PUC-SP aborda a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, fortemente contestada por defensores do meio ambiente e das populações locais. O texto de apresentação explica que houve um aumento da emissão de gases de efeito estufa. A pergunta é: por quê? Podemos afastar a letra a, “compactação do solo”, que ocorre em terrenos sob o peso de grandes máquinas, mas não se liga diretamente aos gases estufa. O mesmo vale para a alternativa b. Se a “redução da biodiversidade”, em si, é uma calamidade, tampouco resulta na emissão de gases, o que afasta a letra c. A eutrofização pode levar a algum aumento na emissão de gases, o que poderia deixar o aluno em dúvida em relação à letra d. Mas a certa é a alternativa e: o forte aumento da emissão de gases estufa como decorrência da construção de Belo Monte se deve basicamente ao apodrecimento de uma enorme quantidade de matéria orgânica que ficou submersa com a formação do lago da usina.
4. Enem 2024
TEXTO I

Disponível em: https://earth.google.com. Acesso em: 13 out. 2023.
TEXTO II

Disponível em: https://earth.google.com. Acesso em: 13 out. 2023.
A comparação entre as imagens de satélite indica a ocorrência de um processo de:
A – conservação de lugares afetivos.
B – aumento de áreas desertificadas.
C – redefinição de fronteiras nacionais.
D – artificialização do espaço geográfico.
E – mudança da dinâmica macroclimática.
RESOLUÇÃO
Nesta questão, o Enem apresenta duas fotos de Dubai feitas por satélite, com 20 anos de diferença, e pede que o aluno explique as alterações. Isso exige examinar as fotos com algum cuidado. Dubai fica localizada no Oriente Médio, e analisando-se as fotos, particularmente a de cima, fica claro de que se localiza em um deserto à beira d´água (no caso, das águas do Golfo Pérsico). O que chama a atenção, além da urbanização, é a existência de “ilhas” na segunda foto que não existiam na primeira. Analisando-se as respostas, podemos descartar a alternativa a, pois não há qualquer indicação de “preservação de lugares afetivos”. A letra b está errada, pois o que se vê é a redução das áreas desertificadas, e não o aumento. Não dá para escolher a opção c porque não há qualquer referência a “fronteiras nacionais” nas fotos. A opção e também deve ser descartada, pois as fotos não permitem opinar sobre a dinâmica do clima. A certa é a alternativa d: a construção de bairros sobre aterros em áreas aquáticas, claramente visíveis na foto de 2020, é uma forma de intervenção artificial, pela mão humana, no espaço geográfico.
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