Apesar de vazamento, Enem não será cancelado, diz MEC
Em nota, pasta informou que "os casos de tentativa de fraude estão sob investigação e não há indicio de vazamento de gabarito oficial"
O Ministério da Educação (MEC) confirmou, em nota divulgada nesta quinta-feira (1), que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 não será cancelado, mesmo com a conclusão da Polícia Federal (PF) de que houve vazamento da prova realizada nos dias 8 e 9 de novembro.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as operações que constataram a fraude, conduzidas pela PF, foram realizadas em conjunto com o Ministério e ainda estão sendo concluídas, em sigilo, diferentemente do que foi divulgado pelo Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE).
“Os casos de tentativa de fraude identificados estão sob investigação e delimitarão a responsabilidade dos envolvidos. Não há indicio de vazamento de gabarito oficial. Como é de conhecimento público, a Polícia Federal já efetuou prisões de envolvidos na tentativa de fraude e o Inep já os excluiu do Exame”, diz a nota.
O MEC também condenou a ação do procurador Oscar Costa Filho, do MPF-CE: “Ao mesmo tempo, o INEP estranha o fato de que este procurador venha a público, mais uma vez, às vésperas da aplicação de provas do ENEM, marcadas para os dias 3 e 4 de dezembro, gerar fatos que provocam tumulto e insegurança para milhares de estudantes inscritos”.
O caso
O Ministério Público Federal no Ceará anunciou, nesta quinta-feira (1), que o inquérito da Polícia Federal sobre o Enem concluiu que houve vazamento das provas do primeiro e do segundo dia para pelo menos dois candidatos. No relatório transmitido ao MPF, a Polícia Federal destacou que os candidatos receberam, pelo celular, fotos da prova e tiveram acesso às respostas das questões e ao tema de redação antes do início do exame.
Os candidatos também receberam o tema da prova de redação com algumas horas de antecedência. A perícia identificou que o tema da redação começou a ser pesquisado por eles no Google a partir das 9h38 do domingo de prova, 6 de novembro.
O relatório também explica que os dois candidatos foram presos em operações diferentes, em Minas Gerais e no Maranhão, mas as fotografias recebidas foram as mesmas, o que permite concluir que o vazamento têm só uma origem.