Ciência de dados e inteligência artificial se torna um mercado em ascensão
Com crescimento da área, FGV EMAp estreou curso de graduação especializado em 2020
Em meio à pandemia, as inovações que provavelmente seriam vistas ao longo dos próximos cinco ou até dez anos foram aceleradas exponencialmente. E as oportunidades de trabalho, é claro, acompanharam essa tendência. No decorrer de 2020, de acordo com dados da empresa de recrutamento GeekHunter, o número de vagas abertas na área de tecnologia cresceu 310%. E não há profissionais qualificados para atender a toda essa demanda.
Foi pensando nesse mercado que a Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp) passou a oferecer o curso de graduação em ciência de dados e inteligência artificial, no Rio de Janeiro, cujo objetivo é transformar o horizonte profissional de estudantes brasileiros interessados em seguir uma carreira inovadora, moderna e de grande impacto no mundo atual e no futuro.
O que é ciência de dados e inteligência artificial
Ciência de dados é um processo de análise de grande volume de dados que utiliza métodos computacionais e matemáticos, notadamente estatística e otimização. O advento da internet, o aumento da capacidade de processamento dos computadores, as redes sociais, as empresas e a sociedade em geral têm produzido, nos últimos anos, enorme volume de dados cuja análise é realizada por essa nova ciência multidisciplinar.
Esses dados são informações importantes para empresas dos mais diversos segmentos. O profissional preparado nessa área poderá criar modelos destinados a explorar e prever o comportamento de usuários baseando-se nos dados coletados, com ajuda computacional e estatística na elaboração de algoritmos eficientes.
Formando um profissional completo
O professor e coordenador do curso, Yuri Saporito, diz que a ideia da graduação surgiu de uma maneira natural na EMAp, antes mesmo do boom que estamos observando atualmente. “Na EMAp, temos a graduação em matemática aplicada desde 2012 e víamos os alunos arrumando empregos nessa grande área da ciência de dados. Pensamos, então, em criar um curso novo para dar a eles todo o ferramental necessário em um só lugar, sem que precisassem recorrer a outras fontes ou até mesmo a uma pós-graduação para complementar sua formação.”
A graduação é composta por três pilares: matemática, ciência da computação e conhecimento do domínio. “Ou seja, o profissional sairá da FGV com um currículo e uma visão multidisciplinar, sabendo usar técnicas estatísticas e de machine learning, alavancadas pela implementação computacional dessas soluções para analisar conjuntos massivos de dados de qualquer área.”Esse profissional completo, a que Saporito se refere, estará qualificado para tratar de problemas muito diversos, por exemplo, “uma empresa de streaming que procura aumentar o número de clientes identificando suas preferências pessoais tendo como informação as escolhas passadas. O mesmo acontece com aplicativos de música e e-commerce. É aí que esse profissional entra, para resolver esse problema. E a demanda é enorme”, ressalta o professor.
Outro bom exemplo são as startups, empresas que já nascem com DNA tecnológico e que disputam talentos que respiram ciência e análise de dados para poder alavancar os negócios. A profissão, além de globalizada – um cientista de dados pode atuar em diversas partes do mundo e de onde quiser, considerando a possibilidade e facilidade do trabalho remoto –, pode proporcionar altos salários, inclusive ainda em início de carreira: cerca de 120 000 dólares anuais, de acordo com o site Glassdoor, dos Estados Unidos.
A primeira turma de ciência de dados e inteligência artificial da FGV EMAp, teve início em 2020, com 20 alunos. Em 2021, são 50 os estudantes em fase de formação e, para 2022, são mais de 40 vagas abertas.
O que esperar do curso
A graduação na FGV EMAp entrega uma formação voltada ao conhecimento e que permite ao estudante moldar a sua carreira de acordo com as mudanças – muito rápidas – das próprias tecnologias e do mercado.
Ao longo dos quatro anos de curso, o foco é incentivar o pensamento crítico e criativo e o contato com questões que envolvem machine learning, modelagem estatística, processamento de linguagem natural e visualização, assim como aplicações em epidemiologia, economia e finanças.
A principal linguagem de programação usada no curso é Python, mas o mais importante, segundo Saporito, é o aprendizado do raciocínio por trás da programação. “Queremos que, lá na frente, ele possa escolher o caminho que vai traçar, podendo atuar em qualquer área que queira, fazendo apenas poucas adaptações. Um profissional apto a estar sempre atualizado com facilidade e capaz de trabalhar de maneira crítica em todas as etapas do processo.”
O coordenador explica, ainda, que a ciência de dados é uma área muito viva dentro da FGV e que possui um amplo trabalho de pesquisa, que vai além da graduação. “Nossa formação foi pensada para ser muito boa tanto para o mercado quanto para a vida acadêmica. Na graduação mesmo, o aluno já faz algumas escolhas e permitimos, dependendo do seu desempenho, que ele curse matérias do mestrado e do doutorado, programas que contam com uma sólida infraestrutura”, diz.
O curso inclui, também, workshops voltados ao desenvolvimento de habilidades e competências profissionais e oportunidades de intercâmbio no exterior, além de um corpo docente formado nas mais respeitadas instituições de ensino do mundo.
O vestibular
As inscrições para o vestibular da FGV acontecem até o próximo dia 22 de outubro, com provas agendadas para os dias 14 e 15 de novembro. A instituição oferece bolsa de 100% para o primeiro e o segundo colocado no vestibular e para o aluno que angariar a nota mais alta na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
As aulas do curso de ciência de dados e inteligência artificial, por conta da pandemia, ainda estão sendo ministradas de forma online, mas a expectativa é que voltem a ser presenciais em um futuro breve. Para mais informações, acesse o site da instituição.