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Como deverá ser o Enem digital, que o MEC quer implantar a partir de 2020

A infraestrutura das escolas pode ser um empecilho

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 3 jul 2019, 15h15 - Publicado em 3 jul 2019, 15h08

O Ministério da Educação e o Inep (autarquia responsável pelo Enem) anunciaram em uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta (3) a implantação, já para o ano que vem, de um projeto piloto que tornará o Enem digital até 2026. O objetivo é que a prova deixe, aos poucos, de ser impressa e passe a ser realizada em computadores. 

Em conjunto, o Enem passará a ser aplicado mais vezes durante o ano. Em 2020, o exame digital será aplicado primeiro, nos dias 11 e 18 de outubro. Já a prova em papel fica para os dias 1º e 8 de novembro. A reaplicação para pessoas privadas de liberdade (que já acontece todos os anos) será em dezembro.

A meta é que em 2026 a prova chegue em quatro aplicações, todas já digitais, e que depois disso ela passe a ser agendada. “A ideia é fazer vários Enems ao longo do ano por agendamento”, afirmou Alexandre Lopes, presidente do Inep. Consequentemente, a prova passará a ter várias versões. 

Como será o Enem digital

Segundo Lopes, ao pensar o novo modelo o Inep levou em conta a necessidade de expansão do Banco de Itens (onde ficam armazenadas as questões para elaboração do exame). Segundo eles, o Enem digital facilitará também a adaptação ao Novo Ensino Médio, que deve ser implantado em 2021. 

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Nele, os estudantes poderão escolher diferentes “itinerários formativos” para se especializar, e o Enem contemplará isso com diferentes versões de provas. Na teoria, o candidato deverá optar por um dos itinerários na hora de se inscrever para a prova, de acordo com a área que deseja ingressar na faculdade. 

Além disso, o Inep afirmou também que a prova deve ficar mais interativa, com a inserção de vídeos, infográficos e até jogos. 

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Em quais computadores as provas serão feitas?

Na coletiva, o MEC afirmou que não irá adquirir novos computadores para o Enem digital e a ideia é utilizar a estrutura já instalada das escolas e universidades onde o exame costuma ser aplicado. O plano, no entanto, não parece levar em conta que apenas 38% das escolas públicas têm laboratório de informática, de acordo com o Censo Escolar 2018. 

A logística para aplicação e realização do exame continuará sendo feita por meio de consórcio com empresas terceirizadas. Ficará por conta delas a organização das salas, a preparação dos computadores e a fiscalização durante a prova.

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