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Na tarde deste domingo (13), os 3,4 milhões de candidatos inscritos no Enem 2022 escreveram uma redação sobre os “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Quase instantaneamente, as redes sociais foram tomadas por comentários acerca da temática.
O tema segue um padrão histórico nas redações do exame, que é abordar uma problemática que envolva minorias sociais. Como lembra a professora Fabiula Neubern, coordenadora de Redação do Poliedro, a edição trouxe a palavra “desafio” na frase tema, que havia aparecido na última vez em 2017, quando o tema foi “Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil“.
Neste ano, o problema colocado é o desafio de valorizar um grupo específico. Essa valorização também se relacionando a outro eixo comum no exame: o meio ambiente.
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“Quando analisamos a coletânea que acompanha a proposta, a gente vê que, de fato, foi um tema de ordem social relevante e que também envolve o meio ambiente. Para as comunidades e povos tradicionais, a valorização do meio ambiente também é uma forma de expressão cultural e social”, diz Daniela Toffoli, coordenadora de Linguagens do Curso Anglo.
Os quatro textos da coletânea, segundo Daniela, exerciam uma função específica para o candidato. O primeiro deles, mais didático, esclareceu a quem eventualmente não soubesse o que são “povos tradicionais”, ressaltando também que o termo não compreende apenas indígenas e quilombolas. “Foi importante para esclarecer que não se resume a esses dois grupos, que talvez sejam os que vêm primeiro na mente, mas que diz respeito também aos pescadores artesanais, quebradeiras de coco de babaçu, catingueiros, extrativistas, entre outros”.
O segundo texto trazia dados mais objetivos e que reforçavam a ideia de quem são esses povos tradicionais. Em um gráfico, era listado os estados com a maior concentração de famílias de povos tradicionais no Brasil. Para a professora, ao trazer quantitativamente o que essa população representa dentro do território brasileiro, o texto já mostrava a relevância desses grupos, e, indo além, a necessidade de se pensar em políticas públicas voltadas a eles.
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Já o terceiro texto poderia dar um caminho no que diz respeito aos possíveis agentes sociais da proposta de intervenção, principalmente pensando em instituições vinculadas ao governo. Ao citar uma políticas criada pela Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a coletânea trazia maneiras de o candidato ligar o assunto ao Estado.
E, por fim, o texto quatro trazia o viés econômico para a discussão, abordando como a economia global afeta diretamente a existência desses povos. O texto foi a “Carta da Amazônia 2021“, um manifesto assinado por lideranças indígenas, quilombolas e extrativistas da Amazônia apresentado na COP26.
“Era preciso lembrar que esses povos dependem economicamente dessas terras, para a sua própria sobrevivência. E não apenas para isso, mas também para a sua reprodução cultural, social e ideológica que é ameaçada desde o processo de colonização do país. O preconceito oriundo dessa época ainda permeia a mentalidade de que estes seriam povos inferiores, o que acaba contribuindo para a marginalização, falta de representação política, negligência do Estado e desconhecimento geral da população sobre sua existência”, conclui Daniela Toffoli, do Anglo.
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