Em entrevista coletiva nesta segunda (4) o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o MEC já liberou R$ 115 milhões para melhorar o acesso à internet em escolas públicas. A medida foi tomada em função do plano da pasta de implementar o Enem em formato digital até 2026. O projeto-piloto de transição já começa na próxima edição do exame, em 2020.
Desde que o plano foi anunciado pelo MEC, o governo ainda não tinha se pronunciado sobre como viabilizaria a prova nesse formato, considerando as condições das escolas brasileiras quando o assunto é acesso a computadores e à internet. A pesquisa TIC Educação 2018, divulgada em julho, aponta que a maior parte das escolas rurais no Brasil não tem acesso à internet.
Mesmo nas escolas da área urbana, onde o acesso é quase universal (98%), o número de computadores em funcionamento é baixo: a maior parte possui menos de 15 computadores com conexão. Só neste ano, em que o Enem teve uma das menores taxas de inscritos das últimas edições, mais de 5 milhões de pessoas de todo o Brasil se inscreveram para as provas.
O ministro afirmou na entrevista de hoje que, para implementação do Enem digital, “precisa dar condições para todos os jovens e crianças estarem iguais, estarem familiarizados com computador (…). Precisa estar conectado à internet. Estamos seguindo o fluxo, apesar de ser uma coisa óbvia, mas nunca foi feita a expansão”.
Como a verba será dividida
O secretário de educação básica do MEC, Jânio Carlos Endo Macedo, explicou que a maior parte desse dinheiro (R$ 82,6 milhões) vai para 24.500 escolas que ainda não têm acesso à internet. Uma outra parte, R$ 32 milhões, vai para a manutenção do serviço em escolas já conectadas. Além disso, o MEC declarou que mais de 7 mil escolas rurais já começaram a receber o sinal via satélite.
Para a seleção das escolas que receberão o recurso, serão usados os seguintes critérios:
- ter mais que 15 alunos;
- disponibilizar, no mínimo, três computadores para uso dos estudantes;
- possuir um computador administrativo;
- apresentar ao menos uma sala de aula em funcionamento.
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