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Entenda o movimento que fez o MEC alterar a metodologia do SISU

Após críticas dos candidatos nas redes sociais, Ministério da Educação retorna ao antigo sistema de classificação das edições anteriores

Por Luccas Diaz
12 abr 2021, 13h53
Caderno com o logo do Sisu e um lápis
 (Pixabay/Lucas Silva/Guia do Estudante/Reprodução)
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No último domingo (11), o Ministério da Educação anunciou uma alteração no cálculo da nota de corte pelo Sistema de Seleção Unificado (Sisu). A mudança elimina a possibilidade de “classificação dupla” e faz com que a classificação dos candidatos volte a ser como era nas edições anteriores. A alteração veio menos de dois dias depois do anúncio de uma ampliação no prazo de inscrição no processo que, originalmente, se encerraria na sexta (9) e agora vai até quarta-feira (14).

O retorno à metodologia antiga é uma resposta a uma série de críticas de estudantes e professores nas redes sociais. Segundo os relatos, a “classificação dupla” e a “nota fantasma” estariam causando uma inflação nas notas de corte, prejudicando a inscrição dos estudantes. Entenda como tudo aconteceu:

🗓 6 a 8 de abril: candidatos criticam o sistema

Com a abertura do processo seletivo, os candidatos se queixaram nas redes sociais da metodologia usada no cálculo da nota de corte, e, consequentemente, na classificação parcial. O movimento conseguiu chamar a atenção de políticos e de representantes públicos.

Em um ofício que foi enviado à Defensoria Pública da União, a deputada federal Tabata Amaral (PDT) escreveu que a “nova metodologia adotada no SISU infla artificialmente as notas de corte das simulações, deixando cerca de 3 milhões de alunos sem referências para saber em quais universidades irão se candidatar”.

Amaral também afirmou que a mudança no sistema poderia causar uma onda de estudantes escolhendo “outra instituição ou curso diferente do pretendido apenas para conseguir ter acesso ao Ensino Superior – o que pode gerar, no pior do cenário, um aumento na taxa de evasão e um dispêndio desnecessário de recursos públicos.”

🗓 9 de abril: MEC amplia prazo do processo

O pedido da deputada se juntou ao de Paulo Teixeira (PT), também deputado federal, assim como as ações civis da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Na sexta-feira (9) – originalmente, o último dia do Sisu – a resposta do Ministério da Educação foi ampliar o prazo das inscrições, adicionando mais cinco dias ao processo, que se encerra na quarta-feira (14).

Ao não levar em consideração os pedidos de revisão do sistema e do fim da “classificação dupla”, a alteração, porém, não agradou os candidatos. Em um vídeo publicado nas redes, Amaral diz que a decisão de ampliação foi um ato unilateral do MEC, sem consulta aos participantes.

 

Com mais cinco dias de processo seletivo adicionados, muitos candidatos que já se consideravam aprovados na sexta-feira viram suas notas não passarem nas novas classificações.

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A principal reclamação continuou sendo a nova metodologia utilizada pelo sistema.

Em vídeo, representante da aliança Faísca Juventude demonstrou sua insatisfação.

🗓 11 de abril: MEC altera metodologia da classificação

No domingo (11), o Ministério da Educação anunciou que tanto o cálculo das notas de corte quanto a classificação parcial dos candidatos inscritos voltariam a seguir o regime adotado nos anos anteriores, antes das duas edições de 2020.

Em nota, esclareceu que “a nota do candidato parcialmente classificado no curso de sua primeira opção de inscrição não será mais computada para efeito do cálculo da nota de corte do curso de sua segunda opção.”

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De acordo com o texto divulgado, o sistema de inscrição do Sisu fará a alteração em dois momentos. “[…] De zero hora até uma hora de terça-feira (13) o sistema fará o processamento e a apresentação do primeiro ranqueamento das inscrições nesse formato; o segundo momento ocorrerá de zero hora até uma hora de quarta-feira (14)”.

Segundo o MEC, os candidatos terão durante toda a terça-feira e quarta-feira para fazerem suas escolhas de acordo com a mesma metodologia que era utilizada nas edições anteriores. A decisão foi comemorada por candidatos e figuras públicas nas redes sociais.

“É o mínimo de respeito”, compartilhou a deputada Sâmia Bonfim.

Candidatos relataram também o desgaste mental que todo o processo tem causado.

O pior é saber que esse mesmo problema afetou a inscrição das duas edições do Sisu em 2020. No ano passado, os estudantes já haviam acusado o erro e apontado como o problema prejudicava a escolha dos estudantes para a lista de espera.

Qual a sua opinião sobre as mudanças no Sisu 2020? Compartilhe em @guiadoestudante.

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