As universidades federais de São Paulo e o Instituto Federal de São Paulo lançaram um manifesto pelo adiamento do Enem 2020 devido à pandemia da covid-19. No texto, as entidades pedem a realização de provas apenas no início de 2021.
Em nota, reitoras e reitores da Unifesp, UFSCar, UFABC e IFSP afirmam que é “notório que a pandemia tem comprometido sobremaneira as condições de continuidade e conclusão dos estudos das alunas e alunos do ensino médio, potenciais candidatos ao exame e que sonham com a oportunidade de acesso ao ensino superior”.
Uma das maiores preocupações é com a igualdade de condições entre os estudantes. “Nosso objetivo é evitarmos que ocorra um grave prejuízo aos estudantes do ensino médio no acesso ao ensino superior que, em função da pandemia, estão submetidos a condições muito desiguais de isolamento social e de acesso às ferramentas de ensino remoto, agravadas pelas enormes desigualdades sociais em todo o Brasil e, em especial, no Estado de São Paulo”.
No manifesto, as entidades também lembram que o adiamento dos exames de acesso ao ensino superior “já foi adotado por vários outros países, que reconheceram os prejuízos que a pandemia provoca na rotina dos sistemas de ensino básico e superior.”
O embate
Na última sexta-feira (15), o Ministério Público Federal divulgou uma nota técnica, assinada por doze procuradores, afirmando que a manutenção do Enem durante pandemia do novo coronavírus viola a Constituição. Segundo o documento, a educação a distância oferecida nesse momento está cercada “de precariedade, diversidade de situações e, principalmente, desigualdade”.
Na contramão da nota e de pedidos de educadores, alunos e deputados, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem insistido em manter a data do Enem 2020. As inscrições para o exame, inclusive, começaram na última segunda-feira (11), e seguem até o dia 22 de maio.
Com todos os questionamentos e reclamações, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, não descartou a possibilidade de a data do Enem ser adiada, mas continua com a afirmação que “ainda seria cedo para discutir a questão”. Na última quarta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro falou sobre o assunto e, pela primeira vez, admitiu a possibilidade de o Enem ser adiado um pouco. “Se for o caso, atrasa um pouco, mas tem que ser aplicado esse ano”, disse o presidente. A fala aconteceu uma semana após o MEC veicular uma peça publicitária defendendo a manutenção das datas e pedindo que os alunos arrumassem uma maneira de estudar durante a quarentena.
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