Com a implementação obrigatória do Novo Ensino Médio a partir de 2022, o Enem, principal prova de acesso às universidades brasileiras, também irá mudar. Foi o que apurou a revista VEJA, que teve acesso exclusivo ao relatório aprovado por uma comissão formada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para definir as mudanças necessárias do “Novo Enem”.
O texto, que precisa ainda da aprovação do Ministério da Educação, propõe que o teste seja dividido em duas fases e que passe a ter questões dissertativas. As alterações na estrutura do exame estão previstas para 2024.
Duas fases
Com a proposta de dividir o exame em duas partes, a comissão sugere que a primeira seja obrigatória e comum a todos, avaliando principalmente as questões de linguagem, língua inglesa e leitura, além da redação. Na segunda fase, a prova seria dividida em quatro áreas de carreiras profissionais:
– Ciências, tecnologia, engenharia e matemática: para os candidatos dos cursos de engenharia, química, matemática, física e computação, entre outros da área de exatas.
– Ciências sociais aplicadas: para os candidatos dos cursos de economia, administração, contabilidade, ciências sociais, direito.
– Humanidades, Linguagens e Artes: para os candidatos dos cursos de filosofia, história, geografia, artes, letras, pedagogia.
– Ciências biológicas e saúde: para os candidatos dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia, biologia, meio ambiente.
Questões dissertativas
No modelo atual, o exame é formado por apenas itens de múltipla escolha. Segundo o documento que VEJA teve acesso, “observou-se um certo consenso acerca da necessidade de incluir questões dissertativas no exame para avaliar uma formação com ênfase no desenvolvimento de competências como propõe a Base Nacional Comum Curricular”.
Mudanças na correção
Com as alterações no estilo da prova, a comissão também prevê mudanças na correção do Enem. O texto propõe a utilização de Inteligência Artificial para diminuir custos e permitir a divulgação dos resultados em um curto período de tempo.
Outra proposta é que a Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia usada pelo Enem, seja aplicada de maneira dinâmica, enquanto a prova é realizada, como explica trecho divulgado pela revista: “é apresentado um item a ele, a partir da resposta é feito o cálculo da proficiência, que elege o item seguinte. O estudante vai percorrendo os itens até que se chegue à proficiência”. Mas para a novidade ser colocada em prática, a prova teria de ser digital para todos os inscritos e as perguntas não poderiam ser publicadas após serem aplicadas, o que depende de alteração da legislação atual.
Mais vezes ao ano
A comissão também sugeriu que a aplicação do Enem passe a ser feita em três ocasiões diferentes a cada ano. Assim, o número de candidatos por edição diminuiria e os estudantes teriam a chance de ingressar na faculdade a cada quatro meses.
Próximos passos
A comissão especial é apenas consultiva. Dessa forma, para o Enem ser reformulado é necessário que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, aprove as mudanças. Agora, o texto segue para o Ministério da Educação. A votação do plenário do CNE está prevista para janeiro.
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