Primeiro dia do Enem 2012 tem questões problemáticas, afirmam professores
Especialistas, no entanto, acreditam que exame evoluiu desde a última edição
O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012, realizado neste sábado (3), apresentou questões com problemas de elaboração, segundo professores entrevistados pelo GUIA DO ESTUDANTE. No geral, questões de biologia e de física foram as que mais apresentaram inconsistências nos dados do enunciado. Apesar dos problemas pontuais, a qualidade geral do Enem foi elogiada pelos professores.
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“Os enunciados estavam muito mais relacionados com as questões do que no ano passado, antes eram completamente desligados da resposta”, conta o coordenador do Anglo Vestibulares, Luiz Ricardo Arruda. O professor Célio Tasinafo, coordenador do Oficina do Estudante, também elogia a qualidade das questões, que foram mais objetivas e curtas do que em relação ao ano anterior.
Falta de mapas e gráficos
O professor Arruda apontou que o Enem 2012 apresentou apenas um gráfico e nenhuma questão com mapa, apesar de constar no conteúdo programático do exame a exigência de um trabalho constante no Ensino Médio com este tipo de conteúdo. “O MEC insiste muito em análise de gráficos e mapas. No ano passado e nesse não apareceu quase nenhum”, avalia.
Questões com problemas
No caderno amarelo, a questão 49 sobre ondas, de física, apresentou dados inconsistentes, de acordo com o professor Tasinafo. “Quando usadas juntas, as informações dadas não batiam”, explica. O coordenador do Anglo concorda e completa: “Deram três grandezas: comprimento, frequência e velocidade. Só que, quando usadas na expressão apropriada para o tema, elas não se confirmavam. O aluno pode até ter resolvido a questão sem ter feito a conta, mas aí o exame privilegia o aluno pior, do que aquele que tentou resolver o exercício usando a fórmula”.
A questão de biologia, sobre o cientista Louis Pasteur, apresentou um erro histórico, de acordo com Arruda. O Enem afirmava que o especialista viveu no século XVII. No entanto, o correto seria século XIX. “O aluno pode ter resolvido a questão sem essa informação, mas é um dado divulgado pelo Enem, deveria estar correto, porque faz parte do contexto da questão”, explica.
Evolução da prova
Apesar das falhas pontuais, os professores elogiaram a qualidade da prova em relação aos exames anteriores. “Eles estão evoluindo e se aproximando de um vestibular tradicional. Pode ser uma opinião polêmica, mas é uma evolução, comparada a outras edições. Erros até a Fuvest cometem”, argumenta o coordenador Arruda. Para o professor do Oficina do Estudante, a prova avaliou melhor o aluno. “O Enem continua a cobrar análise e interpretação de texto, mas também exige conteúdo do Ensino Médio, além de cobrar uma variedade maior de assuntos”, comemora Tasinafo.
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