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Redação do Enem Digital é sobre desigualdades entre as regiões do Brasil

Pouco tempo depois do início da prova, o Inep divulgou o tema da redação em seu Twitter

Por Juliana Morales
Atualizado em 31 jan 2021, 21h57 - Publicado em 31 jan 2021, 14h12
Prova do Enem e um celular com o logo do Enem
 (Enem/Reprodução)
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Os candidatos que realizam a primeira edição do Enem Digital, neste domingo (31), escrevem uma redação sobre “O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil”. O tema da proposta foi divulgado pouco depois do início da prova pelo Twitter do Inep. Antes do anúncio, o ministro da Educação Milton Ribeiro já tinha publicado a temática em sua própria conta na rede.

O texto, ao contrário do restante da prova, deve ser manuscrito. Além da redação, neste primeiro dia os estudantes respondem no computador a 45 questões de Ciências Humanas e 45 de Linguagens.

De acordo Sérgio Paganim, coordenador de Linguagens do Curso Anglo, o tema escolhido é um dos mais importantes, haja vista a existência de diversas desigualdades com diferentes naturezas entre as regiões do país. Ele explica que só com a frase-tema fica muito difícil o candidato delimitar exatamente que tipo de desigualdade ele precisa discutir. Isso só será esclarecido pela coletânea.

Por conta dessa amplitude, Thiago Braga, professor e autor do Sistema de Ensino pH, alerta que é uma tema mais perigoso e que requer uma atenção maior do aluno na leitura dos textos de apoio. “Temática importante e um pouco mais difícil do que a que foi apresentada na versão impressa”, observa.

Segundo Paganim, fica bem evidente pelos textos que a banca avaliadora está falando de desigualdade econômica, de renda e também de acesso a serviços públicos. O texto 2 apresenta gráficos de Produto Interno Bruto (PIB) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) regionais e o 3 apresenta dados de rendimento per capita. Já o texto 1 traz um dado novo sobre a relação entre a desigualdade de renda e serviços básicos. O texto 4 traz uma reflexão sobre a globalização. O candidato teve, portanto, poucas ideias sobre propostas de intervenção e dependia muito de seu próprio repertório de análise. “O conhecimento de geopolítica, de atualidades ajuda muito, mas vai ser necessário um repertório de análise mais aguçado e a coletânea não contribui muito para isso”.

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Pontos a desenvolver

A coordenadora de Redação do Curso Poliedro, Gabrielle Zanardi, destaca que a desigualdade regional do Brasil tem explicações históricas. “Nunca houve um plano que considerasse as particularidades das regiões, individualmente, buscando um resultado coletivo – que, de fato, elevasse a nação a uma potência”, afirma.

Ela lembra, ainda, o processo de industrialização, que colocou São Paulo como centro econômico do Brasil, e a herança de capital do Império, que manteve o Rio no eixo do desenvolvimento nacional. E a falta de investimento federal para reduzir desigualdades em setores fundamentais como educação e saneamento básico da população das regiões mais carentes, como Norte e Nordeste, que historicamente têm maiores índices de analfabetismo.

Segundo Zanardi, a proposta de intervenção deveria passar por investimentos e planejamento estratégico além do eixo Rio-São Paulo. Vale destacar que um dos textos da coletânea, do geógrafo Milton Santos,  autor de “Por uma outra globalização”, norteava o aluno a pensar no papel do sistema capitalista para a manutenção das desigualdades.

O que pode zerar a redação do Enem

Entre as atitudes que podem levar a esta nota está a fuga total do tema proposto ou do formato dissertativo-argumentativo, deixar a folha de redação em branco, escrever menos de sete linhas, escrever discurso ofensivo ou desenhar na prova.

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Escrever partes desconexas no meio do texto (como as famosas receitas de miojo ou hinos de clubes de futebol) também zera a redação. O GUIA já publicou um texto sobre essas atitudes que podem zerar a prova, confira aqui!

As cinco competências avaliadas na prova

A redação do Enem vale, no total, 1000 pontos, que são divididos entre cinco competências da seguinte forma:

Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;

Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa;

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Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;

Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;

Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos.

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