Segunda prova do Enem 2018 foi ainda mais conteudista que anos anteriores
Neste domingo (11), os candidatos enfrentaram as questões de Ciências da Natureza e Matemática. Segundo especialistas, a prova foi abrangente e complexa
A segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018, aplicada na tarde deste domingo (11), foi bastante conteudista, segundo especialistas. Para o coordenador do Curso Anglo, Daniel Perry, o exame seguiu um modelo mais tradicional, ou seja, focado no conteúdo de uma forma ainda mais forte do que em anos anteriores.
Mas Perry alerta: “isso não significa que seja uma prova arcaica, pelo contrário, foi muito bem elaborada, e assim como no primeiro dia, bastante contemporânea”.
As 45 questões de Ciências da Natureza e as 45 de Matemática mesclaram conteúdos técnicos com temas do dia a dia, sem deixar de apresentar as marcas clássicas do Enem: a contextualização e a interdisciplinaridade.
Neste domingo, o exame teve 5h de duração, meia hora a mais do que no ano passado. Segundo Vinícius Haidar, coordenador do Curso Poliedro, isso fez toda a diferença. “Os 30 minutos a mais foram extremamente importantes. Sem eles, a realização da prova teria sido muito mais difícil para os candidatos.”
Segundo os coordenadores, o nível de dificuldade em relação a 2017 foi maior, com questões mais sofisticadas.
Destrinchando o Exame
A prova de Matemática contou com temas que têm bastante incidência no Enem, como razão e proporção, e porcentagem. A prova foi bem contextualizada, porém apresentou algumas questões mais trabalhosas.
“As vezes, o exercício se mostrava mais difícil pela interpretação do texto do que pelos cálculos em si”, afirma Haidar.
Já a prova de Biologia, apesar de os especialistas da área terem sentido falta de temas como fisiologia humana e genética clássica, foi bastante elogiada. Com um nível de dificuldade elevado, as questões eram sofisticadas, segundo Perry. “Ela estava bem contextualizada, super atual e exigindo muita interpretação de texto”.
A prova de Física foi abrangente, com questões bem elaboradas e que exigia do aluno o domínio de conteúdos específicos. “Não era possível, como em anos anteriores, responder apenas a partir da análise do enunciado”, ressaltou Perry. “Além disso, não apresentou nenhum tema surpreendente, contemplando exercícios de temáticas clássicas, como mecânica, ondulatória e termodinâmica.”
Segundo Haidar, a prova de Física foi bastante conceitual. “Em algumas questões não era necessário fazer contas, mas dominar conceitos. Para o aluno bem preparado isso é bom, pois ele consegue resolver de maneira mais rápida e agiliza a conclusão do exame. Entretanto, para o estudante menos preparado até o chute fica mais difícil”, falou.
De maneira geral, a prova de Química foi considerada bem contextualizada, atual e abrangente.
Os professores da área destacaram a questão sobre hibridização. “Esse é um tema incomum, que pode ter surpreendido muitos candidatos”, afirma Perry.
A utilização de outras habilidades, que vão além da apreensão do conteúdo, mais uma vez esteve presente no Enem. “O exame trouxe muitas tabelas e gráficos, que exigem uma interpretação refinada e que exploram o domínio do candidato de diferentes elementos. A prova contou até com uma questão que exigia visão espacial”, conclui Haidar.