Milhares de estudantes deixam seus lares todo ano para fazer faculdade em outra cidade ou estado. Isso acontece graças ao Enem e ao Sisu, que facilitam a inscrição em faculdades distantes de onde o candidato vive. Alguns alunos recebem ajuda financeira da família para se manter fora, mas essa não é a realidade da maioria.
Muitos optam por se mudar mesmo enfrentando outras dificuldades, além do estudo em si, como a busca por emprego e a adaptação a uma nova cidade. Quando tornou o Enem um vestibular único para universidades em todo o país, em 2009, um dos objetivos do Ministério da Educação (MEC) era justamente favorecer a mobilidade de estudantes universitários por todo o território brasileiro.
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Ainda hoje, o acesso a universidades e cursos de graduação é difícil em algumas regiões do Brasil, o que leva os estudantes a buscarem uma oportunidade longe do lugar de origem. O investimento na formação acadêmica é um fator que traz amplos benefícios à vida a médio e longo prazos. São abertas várias portas aos estudantes, como atividades extracurriculares, estágios, vagas de emprego e até mesmo intercâmbio fora do país.
Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes)
Tanto o MEC quanto as universidades apresentam programas de auxílio a alunos para que tenham condições de se manter na graduação ao longo de todo o curso. O MEC estruturou auxílios aos estudantes para moradia, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. Para isso, concede um repasse financeiro às instituições que aderem ao Sisu por meio do Plano Nacional de Auxílio Estudantil (Pnaes) – dinheiro destinado a ajudar estudantes de baixa renda matriculados em cursos de graduação nas instituições federais de Ensino Superior.
Ao receber a verba do MEC, cada universidade fica responsável por usar o dinheiro em projetos que ajudem na sobrevivência dos alunos na cidade em que estudam. Para saber se a universidade na qual você pretende ingressar é ligada ao Pnaes, procure informações no site da instituição ou entre em contato direto, incluindo a documentação necessária para pleitear os auxílios.
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Programa Bolsa Permanência
A Bolsa Permanência é um programa instituído pelo governo federal em 2013, criado para estudantes indígenas, quilombolas e de baixa renda matriculados em universidades federais, como forma de auxílio para os estudantes cursarem a graduação até o final, contribuindo para a permanência e a diplomação desses alunos.
Em 2023, a Bolsa Permanência teve o primeiro reajuste desde a criação. O valor pago mensalmente a estudantes indígenas e quilombolas é de R$ 1.400, e para os demais, R$ 700.
Tem direito à Bolsa Permanência o estudante que cumprir as seguintes condições:
- Possuir renda familiar per capita não superior a um 1,5 salário mínimo;
- Estar matriculado em cursos de graduação com carga horária média igual ou superior a cinco horas diárias;
III. Não ultrapassar dois semestres além do tempo regulamentar do curso de graduação no qual estiver matriculado;
- Ter assinado um Termo de Compromisso;
- Ter o seu cadastro devidamente aprovado e mensalmente homologado pela instituição federal de Ensino Superior no âmbito do sistema de informação do programa.
O disposto nos incisos I e II não é exigido dos estudantes indígenas ou quilombolas.
Como se inscrever no programa?
O estudante deve se informar com a faculdade sobre a data de abertura de inscrição para o programa. Então, preenche um cadastro com informações sobre o seu perfil socioeconômico e acadêmico, além de providenciar os documentos.
Mensalmente, a universidade encaminha ao MEC a relação dos alunos beneficiários para que sejam feitos a homologação dos nomes e o repasse para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), realizando-se assim os pagamentos diretamente aos estudantes beneficiários.
Dificuldades
Mesmo havendo programas de auxílio, os estudantes geralmente encontram dificuldades para recebê-los logo que chegam à faculdade. Na maioria das vezes, a assistência demora devido às diversas etapas no processo de seleção. Muitas universidades alegam que, para atender todos o que precisam, o processo de avaliação leva tempo: envolve o preenchimento do questionário socioeconômico, a apresentação de documentação comprobatória e, muitas vezes, entrevista com um profissional de serviço social.
Além disso, para que todos os estudantes possam participar da seleção, é preciso aguardar até a última lista de chamada, que pode ser fechada só depois do início das aulas. Por tudo isso, o aluno que se muda precisa conhecer bem a realidade que vai encontrar e se preparar bem.
Algumas instituições adotaram novas fórmulas para ajudar os calouros desde a primeira semana, visando evitar a evasão de estudantes em dificuldade logo no começo. Os alunos preenchem um questionário socioeconômico ao efetuarem a matrícula. Se forem enquadrados nos requisitos, recebem um “auxílio de emergência” para se manter até que o resultado final da seleção seja divulgado. Há universidades que acabaram com a limitação no número de bolsas do auxílio-permanência. Nelas, todos os que comprovarem precisar do apoio financeiro passam a receber a ajuda da universidade.
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