10 fatos que você precisa saber sobre o neocolonialismo na África
O neocolonialismo foi uma política de expansão territorial e econômica praticada pelas potências europeias a partir do século 19
Por Da redação
Atualizado em 14 jun 2019, 17h21 - Publicado em 2 set 2014, 19h10
(Pixabay/Arek Socha/Lucas Silva/Reprodução)
1/11 O neocolonialismo, também chamado de imperialismo, foi uma política de expansão territorial e econômica praticada pelas potências europeias a partir do século 19, em especial em territórios da África e da Ásia. Essa política foi um dos principais motivos que levaram à eclosão da Primeira Guerra Mundial. Veja alguns fatos e consequências dessa expansão no continente africano. ()
2/11 Com o crescimento da indústria após a Revolução Industrial, os países europeus viram uma crescente necessidade de expandir seus mercados, de mão-de-obra barata e de matérias-primas. Nesse contexto, os territórios africanos e asiáticos, que muitas vezes tinham governos frágeis, eram perfeitos para atender às três demandas. Assim teve início um longo período de dominação política, econômica e cultural nesses continentes.(Foto: Wikimedia Commons) ()
3/11 Para definir que país ficaria com cada parte dos territórios dominados, em 1885 as principais potências europeias se reuniram na Conferência de Berlim. O evento marcou uma completa reorganização das fronteiras da África, dividindo o território entre si em áreas de influência e exploração. Menos de trinta anos depois, Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha e Portugal já haviam conquistado e repartido entre si 90% da África. Isso é o equivalente a pouco mais de três vezes a área do Brasil. (Foto: Wikimedia Commons) ()
4/11 Na hora de reorganizar o mapa do continente, os europeus levaram em consideração apenas questões como longitude, latitude e rios. Não se considerou a divisão étnica já existente no continente. 90% das fronteiras atuais da África foram herdadas desse período. (Foto: Wikimedia Commons) ()
5/11 A divisão levou a um aumento nas tensões entre as potências europeias, que se viam como inimigas e concorrentes. A rivalidade entre as potências europeias foi se tornando mais intensa e cada país começou, silenciosamente, a produzir armas e formar alianças que acabaram culminando na Primeira Guerra. (Foto: Wikimedia Commons) ()
6/11 As armas de fogo, desconhecidas pela maior parte dos povos africanos naquele período, não foram as únicas armas utilizadas para dominar o continente. As mentiras e a trapaça também foram largamente usadas nesse processo. Um exemplo foi com o então rei Lobengula, do povo Ndebele, que ocupava o território que hoje corresponde ao Zimbábue. Ele foi levado a assinar um contrato em que cederia terras ao magnata britânico Cecil Rhodes em troca de proteção. No documento, no entanto, não constava essa contrapartida. Como era analfabeto e não falava inglês, o detalhe passou desapercebido pelo monarca, que vinha de uma cultura onde a palavra dada tinha algum valor. O rei tentou protestar, mas a Inglaterra se fez de desentendida e apoiou a dominação de qualquer forma, levando do Zimbábue toneladas de ouro. (Foto: Wikimedia Commons) ()
7/11 O principal método de dominação, no entanto, era se aproveitar das inimizades já existentes entre tribos e grupo étnicos, ou criá-las, caso não existissem. Os europeus escolhiam um dos lados para apoiar, a quem davam armas e meios para controlar os rivais. Dessa forma, conseguiam subjugar uma população inteira. (Foto: Wikimedia Commons) ()
8/11 Muitas das tensões provocadas pelos dominadores duram até hoje no continente africano, pois criaram estruturas étnicas muito rígidas, o que não existia no passado. Um dos exemplos mais expressivos foi o conflito entre hutus e tutsis, em Ruanda. Os tutsis, escolhidos pelos europeus, governaram o país por anos após o fim do domínio belga, sempre colocando os hutus em posição de inferioridade. Em 1994, 32 anos após a independência do país, os hutus se rebelaram contra esse modelo e cerca de 1 milhão de pessoas morreram em uma guerra civil. (Foto: Wikimedia Commons) ()
9/11 A saída dos europeus do continente, que começou a ocorrer em meados do século 20, não tornou a situação dos países dominados melhor. Muitos deles se envolveram em guerras sangrentas, como a Nigéria, que desenvolveu um conflito étnico. Já o Sudão passou por um grande período de guerra entre o sul, que queria mais autonomia, e o norte do país. Apenas em 2011 o Sudão do Sul se tornou um estado independente. (Foto: Wikimedia Commons) ()
10/11 O imperialismo europeu causou a extinção de diversos idiomas. A instituição de línguas oficiais, que eram adotadas nas escolas, nos documentos e pelo governo local privilegiou os grupos que já as falavam, criando uma elite no continente. O legado da política feita de cima para baixo persiste até hoje na África. Os governos são, muitas vezes, fracos, ineficientes e autoritários. A população compartilha um baixo senso de identidade nacional. (Foto: Wikimedia Commons) ()
11/11 Além disso, o neocolonialismo produziu economias dependentes e monocultoras, voltadas a atender a necessidades externas e não internas. Tudo isso é fruto da pressa com a qual os dominadores tentaram transformar a realidade local. Enquanto a Europa teve séculos para desenvolver estados capitalistas e democráticos, o sistema tentou ser implantado na África em poucas décadas. Dessa forma, as sociedades tradicionais que existiam por lá foram lançadas em uma situação incompreensível para elas. (Foto: Wikimedia Commons) ()
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