Que a Argentina abrigou militares nazistas famosos, todo mundo já sabia. O que arqueólogos podem ter descoberto agora é que, muito antes de o próprio presidente Juan Perón permitir a entrada dos seguidores de Hitler, os alemães já tinham se infiltrado na selva argentina e construído esconderijos por lá.
Próximo à fronteira com o Paraguai, a equipe de arqueólogos da Universidade de Buenos Aires localizou ruínas que podem ter sido construídas antes ou mesmo durante a Segunda Guerra Mundial para abrigar fugitivos nazistas caso a Alemanha perdesse o conflito.
No esconderijo, dentro do parque Teyú Cuare, os pesquisadores encontraram moedas alemãs cunhadas durante o regime nazista e fragmentos de porcelana com a inscrição “Made in Germany” (fabricado na Alemanha), além de símbolos como a suástica espalhados pelas paredes do local.
“Não é possível encontrar outra explicação do porquê alguém construiria essas estruturas e colocaria tanto esforço e dinheiro em um lugar em que, na época, era totalmente inacessível, longe da comunidade local, com material que não é típico da arquitetura regional”, relatou Daniel Schavelzon, líder da equipe ao jornal argentino Clarín.
O arqueólogo passou meses explorando a região, que, segundo uma lenda local, dizia ter acolhido Martin Bormann, braço direito de Hitler. No entanto, após os estudos, Schavelzon concluiu que não havia evidência para comprovar o “mito urbano”.
Sobre os achados, o pesquisador afirma que a pesquisa não é definitiva, mas que ele está convencido da veracidade do local, que teria sido planejado como um refúgio para os líderes do 3º Reich. Apesar dos esforços, o esconderijo não foi necessário, já que o governo argentino recebeu de braços abertos alguns dos maiores criminosos nazistas.
Juan Domingo Perón, que governou a Argentina entre 1946 e 1955, permitiu que milhares de nazistas e outros fascistas da Europa se abrigassem no país. Os casos mais famosos são os de Adolf Eichmann, que ajudou a organizar o holocausto e foi depois capturado em Buenos Aires pela polícia de Israel, e do médico Josef Mengele, conhecido como “Anjo da Morte”.
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*Com informações do jornal Clarín