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Barroco (Portugal) – resumo, autores, dicas e questão comentada

O melhor da produção barroca portuguesa encontra-se na obra do padre Antônio Vieira, que sintetizou como poucos os conflitos do homem barroco

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 1 nov 2021, 17h45 - Publicado em 23 set 2010, 17h13

O Barroco português desenvolveu-se entre 1580 e 1756, época em que Portugal estava em profunda crise econômica e social devido ao domínio da monarquia espanhola.

Padre Antônio Vieira
O melhor da produção barroca portuguesa encontra-se na obra do padre Antônio Vieira – político e pregador de inteligência e sensibilidade acuradas, que sintetizou como poucos os conflitos do homem barroco.

Chamado por Fernando Pessoa de “Imperador da Língua Portuguesa”, Vieira explora em seus sermões o melhor da retórica de sua época. Orador hábil e virtuoso, é também claro, engenhoso, imaginativo e convincente.

Os sermões constituem o principal da obra de Vieira. Eles trazem a essência do estilo barroco: a tentativa de promover uma síntese entre matéria e espírito. Nos sermões, Vieira busca cativar o ouvinte despertando sua consciência e convidando-o a pensar e agir.

Divisão
No que toca à organização do discurso, a estética barroca apresenta duas tendências: o cultismo (também chamado gongorismo) e o conceptismo (ou quevedismo).

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Cultismo: caracteriza-se pelo uso de uma linguagem rebuscada, culta, extravagante e descritiva. Tem como visível influência a produção do poeta espanhol Luís de Góngora y Argote.

Conceptismo: caracteriza-se pelo jogo de ideias e de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista. Entre seus principais difusores está o poeta espanhol Francisco de Quevedo.

Com o que ficar atento?
Os contrastes típicos do período Barroco revelam a tentativa de fundir a perspectiva antropocêntrica (herdada do Renascimento) ao teocentrismo medieval (recuperado pela Contra-Reforma).

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Como pode cair no vestibular?
Em língua portuguesa, o Barroco produziu manifestações em vários gêneros e formas – uma variedade praticada não apenas como entretenimento intelectual, mas como forma de ação e debate.

A arquitetura do texto e o jogo de construções, correlações, paralelismo e simetrias que remetem não apenas ao plano estético, mas também ao contexto histórico-social constroem um amplo painel daquilo que pode ser explorado em questões sobre o Barroco em Portugal.

Como já caiu no vestibular?

Leia o seguinte fragmento, extraído do “Sermão de Santo Antônio”, de Pe. Vieira.

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“(…) o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuamente se come: isto é o que padecem os pequenos. São o pão cotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem (…)”

No trecho, observa-se que Vieira

I. constrói a argumentação por meio da analogia, o que constitui um traço característico da prosa vieiriana.
II. finaliza com uma gradação crescente a fim de dar ênfase à voracidade da exploração sofrida pelos pequenos.
III. afirma, ao estabelecer uma comparação entre os humildes e o pão, alimento de consumo diário, que a exploração dos pequenos é aceitável porque cotidiana.

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Está (ão) correta (s)

a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito :
Resposta correta: B
Comentário: A escolha inteligente de metáforas e analogias é uma das principais características dos sermões de Vieira, que também procura cativar a platéia aproximando sua temática das questões de ordem social e política.

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