A camada de ozônio está se recuperando?
No Dia Internacional da Proteção a esse filtro natural da Terra, vale lembrar sua importância e o que tem sido feito para salvá-lo
Esta quarta, 16 de setembro, é Dia Internacional de Proteção à Camada de Ozônio. E, este ano também marca os 35 da Convenção de Viena, que levou à assinatura, dois anos depois, do Protocolo de Montreal, com o objetivo de reduzir a emissão de gases nocivos a essa parte da atmosfera. Mas o que é essa camada? Por que ela gerou um acordo internacional? Como está essa situação, mais de trinta anos depois?
O que é a camada?
Muito se ouve falar sobre a camada de ozônio e o aumento ou diminuição de seus “buracos”. Mas, principalmente em provas de vestibular, onde se cobra conhecimento mais profundo de fenômenos e conceitos climáticos, vale relembrar o que, de fato, isso significa.
Cerca de 25 quilômetros acima da superfície terrestre, a camada de ozônio serve como um filtro da radiação ultravioleta que vem do espaço. Sem ela, a temperatura na superfície aumentaria muito e a vida na Terra estaria em risco, com aumento de problemas como catarata, queimaduras e câncer de pele. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a perda de 1% da camada é responsável pelo surgimento de pelo menos 50 mil novos casos de câncer de pele.
Entre os gases que causam essa destruição estão os ditos CFCs, sigla para clorofluorcarbonos, além dos óxidos nítrico e nitroso e do famoso dióxido de carbono.
Os “buracos”
Em 1977, cientistas britânicos identificaram pela primeira vez a existência de um buraco na camada na região da Antártida. Nesse lugar, a camada foi ficando cada vez mais fina por causa da escassez de ozônio e deixou de existir. Vale ressaltar que essas falhas não são fixas geograficamente, o que significa que correntes de ar podem transferi-las ou variar seus tamanhos.
Recentemente, o maior buraco existente no Polo Norte se fechou, o que não quer dizer que houve alguma melhora no quadro atmosférico ou que a “natureza se curou”. O que, de fato, aconteceu foi um movimento natural de ciclos anuais locais, que fecharam uma fenda aberta por um grande vórtice polar em março deste ano. Há a melhora gradual da camada, que ocorre naturalmente, mas esse processo é muito lento, evoluindo entre 1% e 3% a cada década, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Essa recuperação lenta só tem sido possível graças ao Protocolo de Montreal, que surgiu para impedir a emissão dos CFCs.
O que é o tratado?
Em 1985, ocorreu a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Os 28 países envolvidos estabeleceram promessas de cooperação em pesquisa, monitoramento e produção de CFCs em âmbito global. Dois anos depois, em 16 de setembro de 1987, surgiu o Protocolo de Montreal, com o objetivo de dar continuidade às políticas de proteção à camada de ozônio. Ele estabeleceu a necessidade do banimento gradativo dos CFCs e do uso de gases substitutos que não tivessem o mesmo dano. Juntando-se a outros 197 países, o Brasil tomou parte tanto na Convenção de Viena quanto no Protocolo de Montreal em março de 1990, pelo Decreto n° 99.280.
A recente (e lenta) melhora do quadro
Há indícios de uma ligeira recuperação da camada, devido ao boicote mundial ao uso de CFCs e suas variações em aerossóis e equipamentos de refrigeração, por exemplo. A melhora é lenta, mas expressiva, e põe a luta para o fim da emissão de poluentes em perspectiva, com a esperança de que, até 2050, seja possível a recuperação completa do ozônio na estratosfera – desde que haja empenho por parte dos países signatários do tratado.
Em comemoração à data, a diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Anderson, declarou hoje que foi “a cooperação internacional que colocou a camada de ozônio no caminho da recuperação, protegendo a saúde humana e os ecossistemas”. Dá até uma esperança de que o mundo conseguirá reduzir o suficiente os gases que provocam as mudanças climáticas, não é mesmo?
A fala completa da diretora-executiva você pode assistir abaixo e já aproveita para treinar o inglês: