Cinco tipos de curiosidade: qual é a sua?
Os avanços dos estudos científicos sobre a curiosidade permitiram que especialistas mapeassem cinco tipos existentes e os principais benefícios de cada um
A ciência já comprovou diversas vezes que a curiosidade é um traço que traz uma série de vantagens. Por exemplo:
- Ela fortalece a inteligência: em um estudo, crianças altamente curiosas, com idades entre três e 11 anos, tiveram resultados maiores em 12 pontos nos testes de inteligência.
- Ela aumenta a energia: descrever um dia em que a pessoa se sentiu curiosa provou aumentar a energia mental e física 20% a mais do que descrever momentos de profunda felicidade.
- Ela impulsiona melhor engajamento e desempenho: estudantes de psicologia que se sentiram mais curiosos do que os outros durante o primeiro dia gostaram mais das aulas, tiveram notas finais mais altas e, posteriormente, se matricularam em mais cursos, segundo outra pesquisa.
Esses dados foram apontados por quatro especialistas em psicologia e educação, em artigo na revista Harvard Business Review. Com base nas novas descobertas da ciência, o grupo criou um modelo em que descrevem cinco tipos de curiosidade, que se manifestam de forma (e intensidade) diferente em cada pessoa.
Os 5 tipos de curiosidade
O que desperta sua curiosidade?
#1 Sensibilidade à privação
Sensibilidade à privação é, basicamente, reconhecer uma lacuna de conhecimento. Nessa situação, “preencher” a lacuna, ou adquirir tal compreensão, oferece alívio. E isso motiva a curiosidade. “Esse tipo de curiosidade não necessariamente traz uma boa sensação, mas as pessoas que o experimentam trabalham incansavelmente para resolver problemas”, destacam os pesquisadores.
#2 Alegria em explorar
Aqui a curiosidade se manifesta impulsionada pela admiração aos aspectos “fascinantes” do mundo. Para quem o vivencia, esse é um estado prazeroso.
#3 Curiosidade social
Curiosidade social é falar, ouvir e observar os outros para aprender o que eles estão pensando e fazendo. “Os seres humanos são animais inerentemente sociais, e a maneira mais eficaz e eficiente de determinar se alguém é amigo ou inimigo é obter informações.”
#4 Tolerância a estresse
Pessoas que aceitam facilmente e até aproveitam a ansiedade associada à novidade. As pessoas que não têm essa habilidade vêem as lacunas de informação, experimentam maravilhas e se interessam por complementar o conhecimento, mas dificilmente avançam e exploram mais.
#5 Procurar emoção
A quinta forma de curiosidade se baseia na disposição a assumir riscos físicos, sociais e financeiros para adquirir experiências variadas, complexas e intensas. Pessoas com essa capacidade buscam ampliar a ansiedade associada às novidades, e não reduzir.
Benefícios dos diferentes tipos de curiosidade
Para entender as vantagens de cada um dos tipos de manifestação da curiosidade, o grupo de estudiosos conduziu uma série de pesquisas nos Estados Unidos. O objetivo era descobrir qual dimensão oferece os melhores resultados e gera certos benefícios em particular.
“Alegria em explorar”, por exemplo, mostrou ter o link mais forte com a experiência intensa de emoções positivas. Nos estudos, a “tolerância ao estresse” é a dimensão com mais relação a satisfazer as necessidades de se sentir competente e autônomo. A “curiosidade social”, por sua vez, está conectada à generosidade, gentileza e modéstia.
Em outros estudos, com foco em outras localidades, o grupo descobriu indícios de que os quatro tipos de curiosidade melhoram o resultado do trabalho. “Curiosidade social” e “tolerância ao estresse” se mostraram ser os mais importantes:
“Sem a capacidade de tolerar o estresse, é menos provável que os funcionários busquem desafios e recursos, expressem discordância e tenham tendência a se sentir mais enfraquecidos e a se desvincular. E funcionários socialmente curiosos são melhores que outros na resolução de conflitos com colegas, mais propensos a receber apoio social e mais eficientes na construção de conexões, confiança e comprometimento em suas equipes”, afirmam os especialistas. “Pessoas ou grupos altos em ambas as dimensões são mais inovadores e criativos.”
Este texto foi originalmente publicado no portal Na Prática, da Fundação Estudar, parceira do Guia do Estudante.