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Comparação com colegas pode atrapalhar no vestibular

Veja dicas para estabelecer limites

Por Julia Di Spagna
Atualizado em 26 abr 2021, 11h16 - Publicado em 26 abr 2021, 11h10
Dupla de jovens estuda em frente a apostilas e celular
 (pexels/Reprodução)
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Seja na hora conferir a nota de um simulado, o resultado de um exercício ou o desempenho em uma prova, é comum que os estudantes se comparem aos colegas. Afinal, o vestibular faz parte de um sistema extremamente competitivo que, para selecionar os aprovados, precisa classificá-los do “pior” ao “melhor”. 

Segundo Daniel Cecílio, coordenador do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, a competição é saudável até certo ponto. “Vale enquanto serve de estímulo para o aluno. Observando os colegas, ele pode identificar pontos a serem aprimorados, considerando que alguns deles podem estar melhor preparados do que ele. Então, a disputa é positiva quando gera motivação”. 

O problema começa quando a competição desperta uma série de comparações que aumentam a ansiedade e prejudicam o equilíbrio emocional. Esse foi o caso do *Eduardo que tenta uma vaga de engenharia na Universidade de São Paulo (USP)  “Eu estudo com pessoas que estudam muito e são excelentes. Isso me levou a um esforço excessivo em casa que colaborou para a diminuição do meu desempenho”, afirma. 

Márcio Guedes, coordenador do Poliedro Curso, explica que, em primeiro lugar, o aluno deve entender que ele será selecionado em um comparativo de notas, ou seja, é um ranking. Nesse sentido, para estar preparado, o candidato deve ter noção do seu rendimento já durante sua preparação, e parte deste entendimento envolve verificar sua classificação nos simulados. “O aluno precisa ter um ‘norte’ de como está evoluindo e isso envolve ter noção do seu ranking em relação aos colegas. Não é possível ajustes se não houver referência”, diz.

Mas lembre-se: referência e direcionamento para evoluir é diferente de se comparar constantemente em um cenário desgastante e sem sentido.

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Outra dica do coordenador é “cuidar do seu jardim”. Cada estudante tem seu perfil; seu histórico de estudo; suas particularidades; sua forma de aprender e de estudar; e uma resistência física, mental e emocional. “Seus rendimentos são diferentes, os ritmos de aprendizado são diferentes. Não faz sentido a comparação específica com um colega ou grupo de amigos. O “cuidar do próprio jardim” é fundamental – uma vez que a competição do aluno é principalmente com ele mesmo”, diz. 

*Fernanda, que deseja cursar Medicina, conta que passava boa parte do tempo se comparando aos colegas. “Como eu me comparava de forma excessiva, acredito que me atrapalhava um pouco. Eu acabava focando mais no resultado dos outros do que no meu. Mas, fui amadurecendo e passei a usar os que tinham bons resultados como exemplo”. 

A estratégia é uma boa alternativa quando bate o sentimento de comparação. Ou seja, não é que o estudante não possa examinar o próximo, mas é importante focar em obter virtudes que ainda não tem e evitar erros que podem prejudicá-lo. Segundo Cecílio, isso nem seria uma comparação, mas um espelhamento. “Uma comparação nua e crua não é positiva, porque não se sabe completamente quem é a pessoa com a qual você está se confrontando. Pode-se achar melhor ou pior do que realmente é. Já o espelhamento tem outra lógica”, diz.  

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Para não se comparar mais

Não se esqueça que você não conhece o histórico do colega, quantas horas de estudo ele já se dedicou na vida ou se ele tem uma facilidade natural com os assuntos.

Além disso, sempre vão ter candidatos melhores em rendimento, assim como piores. “O curioso é que durante a comparação sempre olhamos o cenário que nos deprecia. Mas se comparar-se com os piores não nos estimula, e comparar com os melhores nos desanima, por que se comparar? É um comportamento humano, mas que devemos aprender a ignorar ou encarar de outra forma”, explica Guedes.

Outra dica dos especialistas é evitar ficar perguntando sobre nota e classificação aos seus colegas. Além de ser algo que não irá mudar o seu desempenho, ainda poderá gerar um desconforto ou mesmo ansiedade no outro. “Salvo ser algo comum e permitido, é uma pergunta que considero íntima. Muitas pessoas ficam desconfortáveis em expor seu perfil de notas (sendo baixas ou altas). Se para você é indiferente, saiba que não é para muitas pessoas”, diz.

*Rafael, que irá prestar engenharia no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) diz que a maioria dos seus amigos querem o mesmo curso que ele, mas isso acabou só fortalecendo o grupo. “Na minha turma, felizmente, o clima de companheirismo é bem evidente, apesar da competição inevitável. Existe até uma frase, quase um ditado na turma que é: ‘passar é bom, passar com seus amigos é sublime’. Essa se torna a meta comum”, conta.

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*Os nomes dos estudantes citados na reportagem são fictícios para preservar a identidade 

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