Como ficou a globalização pós-pandemia?
Entenda as contradições e avanços do mundo globalizado durante a pandemia e o que podemos esperar do futuro
Entre as discussões sobre um “novo normal” após a pandemia do coronavírus, é possível ver que algumas mudanças vieram para ficar. Na segunda live do GUIA sobre o assunto, conversamos com Claudio Falcão, professor de Geografia e diretor do sistema de ensino pH, para entender o que é globalização e quais as consequências da covid-19 no mundo.
Com a intensificação de dois discursos opostos e prevalentes no cenário político, os países dividem-se entre ideais de isolamento e cooperação mundial. O professor aponta, contudo, que uma das características inevitáveis da globalização é a resistência constante ao seu progresso, como discursos contra o avanço científico e organizações comunitárias, como a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Entre as consequências da pandemia está uma possível reorganização da economia mundial. O agravamento da disputa entre EUA e China, em que os americanos perdem protagonismo devido à dificuldade em conter a crise e, por outro lado, vemos a dependência internacional em relação aos chineses, surgem novos caminhos para o sistema econômico.
Nesse quadro, fica claro para o professor uma recessão econômica que deve se agravar não só no Brasil, mas no resto do mundo. Como consequência, a sociedade deve voltar a discutir o papel do Estado, assim como devem surgir novos acordos internacionais para superar a crise.
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“Novo normal”
O geógrafo destaca que a ampliação do trabalho e da educação remota, assim como a responsabilidade social das empresas, será uma realidade. Apesar de serem movimentos anteriores à pandemia, durante esse período pudemos perceber a importância de desenvolver e nos adequarmos a essas mudanças.
Porém, a pandemia também nos deixa algumas questões para repensar, como a flexibilidade nas relações de trabalho que se consolidou nos últimos anos. O desamparo e o aumento do desemprego durante o isolamento social farão com que voltemos a discutir a organização de trabalho brasileira, assim como a postura política nacional, que sofre uma reviravolta no atual governo.
A valorização da saúde pública
Além das mudanças nas questões econômicas, a saúde pública pode se tornar um foco das perguntas dos exames no fim do ano. De acordo com Falcão, o SUS tem se mostrado eficiente na contenção da crise, reacendendo o debate sobre a importância da saúde pública.
Isso é um contraponto à realidade americana, por exemplo, em que as pessoas dependem mais de um sistema de saúde particular. Em todo o mundo, vemos o surgimento da valorização do sistema público e, também, de um importante papel social das empresas de capital privado.
Assista à live completa em que o professor explica todas essas questões e como elas devem aparecer nos vestibulares.