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Dengue: transmissão, sintomas, tratamento e prevenção. Leia aqui

A OMS já declarou que a dengue pode virar uma "ameaça pandêmica". Entenda aqui tudo sobre essa doença, velha conhecida dos brasileiros

Por Julia Di Spagna
Atualizado em 5 mar 2024, 10h13 - Publicado em 5 set 2023, 13h39
Amostras de sangue com diagnostico da dengue
Tudo o que você precisa saber sobre essa doença (Guia do Estudante/canva/Guia do Estudante)
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Hoje, a dengue é a doença tropical que mais se espalha no mundo e representa uma “ameaça pandêmica”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A organização fez um comunicado recente alertando que os casos de dengue podem voltar a atingir números preocupantes neste ano, principalmente por causa do aquecimento global que favorece a multiplicação dos mosquitos transmissores da doença. As taxas de dengue estão aumentando rapidamente no mundo todo. Raman Velayudhan, especialista do departamento de controle de doenças tropicais negligenciadas da OMS, disse que cerca de metade da população mundial está agora em risco.

Além de sua importância no contexto mundial de saúde pública, esse é um tema que pode aparecer nos vestibulares. E para te ajudar a entender o assunto, o GUIA DO ESTUDANTE fez um resumo sobre o que é a dengue, como a doença é transmitida, os principais sintomas e riscos, formas de prevenção e se existe alguma forma de tratar uma pessoa contaminada. Confira abaixo:

A doença 

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada de mosquitos fêmeas da espécie Aedes aegypti, principalmente, e, em menor proporção, pela espécie Aedes albopictus. Ambos insetos também são responsáveis pela transmissão da chikungunya e do vírus Zika. 

+ Epidemias: por que o Brasil foi tão atingido pelo vírus zika?

No total, existem quatro tipos diferentes de sorotipos do vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Ao se recuperar de uma das variantes, a pessoa fica temporariamente imune aos outros sorotipos e adquire imunidade vitalícia contra o que foi adquirido. Ou seja, um indivíduo pode ser contaminado, no máximo, quatro vezes ao longo de sua vida. Mas vale destacar que infecções subsequentes aumentam as chances de desenvolver a forma grave da doença. 

Transmissão

A transmissão começa quando o mosquito, vetor da dengue, pica um ser humano já infectado e que esteja nos três primeiros dias da doença. Depois, o vírus fica incubado por 8 a 11 dias até que possa ser transmitido para outro indivíduo também por meio da picada. O vírus é injetado na pele da vítima por meio de gotículas de saliva do inseto. Uma vez infectado pela dengue, o mosquito será um vetor da doença por toda a vida. 

Essa é a forma mais comum de transmissão. Em casos raros, a dengue é passada de mãe para filho, durante a gestação, ou quando há transfusão de sangue de uma pessoa infectada. 

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Aedes aegypti 

Responsável pela transmissão de doenças, como dengue, zika e chikungunya e da febre amarela urbana, o Aedes aegypti é considerado uma espécie de mosquito doméstico, ou seja, vive próximo ou dentro de residências. Sua reprodução pode ocorrer em recipientes artificiais ou naturais onde tenha água parada – ambiente perfeito para o depósito e criadouro das larvas. 

Sintomas

Alguns casos de dengue são assintomáticos. Quando há sintomas, eles podem variar de manifestações mais leves até casos mais graves. 

O primeiro sintoma da doença é a febre alta, de 39ºC a 40ºC, com início repentino. Em casos leves, essa febre é acompanhada de sintomas, como: 

  • dor de cabeça;
  • cansaço excessivo;
  • sensação de fraqueza;
  • dores musculares, nas articulações e atrás dos olhos;
  • manchas vermelhas pelo corpo.

Do terceiro ao sétimo dia, a tendência é que a febre diminua e a maioria dos sintomas regrida. Já a sensação de cansaço e fraqueza costuma persistir por mais algumas semanas. 

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Quando a doença evolui para um caso mais grave, os sintomas podem incluir:

  • falta de ar;
  • sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival e vaginal (dengue hemorrágica);
  • rompimento dos vasos superficiais da pele.

Como consequência do agravamento da doença, a vítima também pode enfrentar complicações, como: 

  • alterações neurológicas (delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia);
  • sintomas cardiorrespiratórios;
  • insuficiência hepática;
  • hemorragia digestiva;
  • derrame pleural;
  • taquicardia;
  • comprometimento grave de órgãos.

Embora todas as faixas etárias estejam suscetíveis à doença, idosos e pessoas que têm doenças crônicas, como diabetes e hipertensão (pressão alta), correm um risco maior de desenvolvê-la em sua forma mais grave ou sofrer complicações que podem levar à morte. 

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Diagnóstico 

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames laboratoriais, isolando o vírus no sangue durante o estágio inicial da doença ou detectando anticorpos contra o vírus. Outra possibilidade que auxilia na detecção da doença é a avaliação clínica, ou seja, a análise dos sintomas por um médico. 

Tratamento

Não existe um medicamento ou tratamento específico contra o vírus da dengue. Por isso, após a contaminação, o foco é amenizar os sintomas. 

A cura é espontânea e, na maioria dos casos leves, a duração da doença é de 10 dias. Durante esse período, a recomendação dos médicos é: 

  • alta ingestão de líquido;
  • utilizar medicamentos para baixar a febre e/ou reduzir dores pelo corpo;
  • repouso, principalmente enquanto durar a febre;
  • procurar um serviço de saúde, caso os sintomas piorem. 

Já em casos mais graves, recomenda-se a internação da vítima.

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Prevenção

A principal forma de prevenção contra a dengue é o combate ao mosquito, reduzindo a proliferação do Aedes aegypti, eliminando criadouros e consequentemente, diminuindo a disseminação da doença. 

Outra forma de prevenção seria a utilização de uma vacina eficaz. Mas, embora exista uma série de pesquisas nesse sentido, ainda não há um imunizante disponível em larga escala e que seja capaz de proteger contra os quatro tipos de vírus existentes. 

Por isso, a solução é integrar o controle dos vetores a medidas individuais que devem ser adotadas em domicílios, sobretudo em áreas de transmissão, tanto por viajantes quanto por residentes dessas áreas. 

Algumas medidas de prevenção individual são: 

  • proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas;
  • usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo;
  • a utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.

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Já para reduzir a proliferação dos mosquitos em si, são recomendadas as seguintes ações: 

  • evitar deixar água parada em recipientes, como potes ou garrafas, para que não se tornem criadouros de mosquitos; 
  • cobrir adequadamente os tanques e reservatórios de água;
  • não acumular lixo, jogando-o fora em sacos plásticos fechados.

Eliminar completamente a espécie é considerado um feito impossível, principalmente por causa da ocupação desordenada do meio ambiente e da falta de infraestrutura de grandes centros urbanos, que possibilita o aumento de locais favoráveis às larvas do mosquito. Mas medidas governamentais que melhorem as condições em áreas de risco, medidas de conscientização que alertem a população sobre os riscos da doença e ações individuais para controlar a proliferação do mosquito podem contribuir para a diminuição de casos. 

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