da redação
Reunidos em Brasília, participantes da Conferência Nacional da Educação (Conae) criticaram na última segunda-feira (29) o uso de provas como Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e Prova Brasil para a criaçao de rankings de escolas e pagamento de bônus para professores. A informação é da Agência Brasil.
Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos Freitas disse que esse tipo de prova acaba “apontando um canhão para a escola”. Segundo ele, as avaliações não levam em conta o contexto social em que ela está inserida e a condição econômica de seus alunos e da escola, fatores que influenciam diretamente no desempenho.
– Enquete: Rankings de escolas e universidades são úteis?
“Há razões e razões para que as coisas não funcionem na escola e é só nas planilhas que elas são assim claras e transparentes”, defendeu. O ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pelas avaliações, Reynaldo Fernandes defendeu as provas e disse que elas podem ser aprimoradas.
“O Ideb [Índice de desenvolvimento da educação básica] aponta um resultado, mas ele não pode dizer por que aquilo aconteceu, é querer demais de um índice. Um termômetro mede a febre, mas não aponta qual é a causa”, comparou. Na opinião de Fernandes, o sistema nacional de avaliação “avançou muito” ao definir metas e universalizar alguns exames que antes só eram feitos por amostragem.
Para Freitas, “devemos tomar por base como ao aluno chegou e não só avaliar como ele saiu”, afirmou. O especialista diz que as avaliações em larga escala feitas hoje pelo governo federal não chegam até as escolas. “A avaliação tem que valorizar e envolver os atores da escola. Assim ela pode discutir o que o Poder Público deixou de fazer e o que ela deixou de fazer”, disse.
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