MariMoon: ?Deveria ter terminado a faculdade. O que aprendi lá é útil até hoje?
A VJ e estilista contou ao GUIA que abandonou Design Industrial e Moda, mas afirmou que as experiências universitárias foram importantes
por Guilherme Dearo
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Desde criança, a paulistana Mariana de Souza foi incentivada a desenhar, conhecer artistas, visitar museus, ver filmes diferentes. O pai era arquiteto. A avó, costureira de bonecas, fantasias e vestidos, e o tio, Flávio de Souza, autor e roteirista. Desse ambiente, não poderia sair uma pessoa menos criativa.
Mariana cursou Design Industrial e Moda, mas não concluiu nenhum dos cursos. Trabalhou como designer e assistente de estilista. Sua loja de moda online começou a fazer sucesso, ficou famosa no ciberespaço e recebeu convite para ser apresentadora.
Hoje ela é MariMoon, 27, estilista e VJ da MTV. Com seus cabelos que podem mudar de cor quando menos se espera (atualmente, verdes), ela conversou com o GUIA sobre escola, carreira e internet. Aliás, internet e MariMoon são indissociáveis. Ali ela se comunica com os fãs, posta fotos, vídeos e, principalmente, busca ideias e referências. Você pode achá-la no Flickr, no Twitter, no Myspace, no Facebook, no Fotolog e em seu site oficial.
GUIA- Como você respondia à pergunta ‘o que vai ser quando crescer’ quando criança?
Queria ser bailarina equilibrista, daquelas de circo, com vestido de tutu cor de rosa, sapatilha de ponta e guarda-chuvinha. Depois, desenhista de filmes longa-metragem da Disney. E quando estava no colegial decidi que teria uma loja que vendesse só produtos muito estilosos!
GUIA – O que você mais gostava na escola? E o que não gostava?
Curtia muito os professores, especialmente artes e história. Mas sofria muito com comentários maldosos dos colegas. Eram "mauricinhos e patricinhas", enquanto eu era uma menina grunge de jeans rasgado e camiseta do Nirvana. Tinha uma amiga parecida comigo que tentava ser aceita por eles. Fui para o lado oposto: decidi que preferia ser eu mesma sempre, nem que isso significasse ser excluída dos trabalhos em grupo e dos times da aula de educação física. Mudei de escola no fim do ginásio, sentia que não me encaixava muito bem com o pessoal.
GUIA – Era da turma do fundão ou dos nerds?
Ia muito bem em Humanas, levava quinze canetas, uma de cada cor, e gostava de ter cadernos exemplares. Só no colegial que tive problemas com notas, “graças” às aulas de química e física. Foi a primeira vez que peguei recuperação! Cabulava umas aulas pra ficar ouvindo música, quando não me dava com ninguém da classe.
GUIA – E o vestibular?
Estava determinada a ser designer. Se gráfica ou de moda, eu ainda não tinha certeza. Prestei Desenho Industrial no Mackenzie, sem fazer cursinho. Adorava o assunto, mas achava que era dado com muito desleixo. Estava aprendendo mais no meu emprego como designer gráfica que indo às aulas. Decidi parar no 2º ano. Entrei em Moda na Faculdade Santa Marcelina, mas parei no 3º ano, por conta de problemas pessoais e de trabalho. Hoje penso que devia ter terminado. Os estudos são importantes, e tudo que eu aprendi naquele tempo é útil até hoje. O ambiente também é essencial, de lá saem não só amigos, mas futuros colegas de trabalho, boas indicações, sócios
GUIA – Seu perfil no Twitter está no top 20 brasileiro de perfis com o maior número de seguidores. Você atribui isso a que?
Talvez ao fato de eu responder. Muitos famosos não fazem isso. Eu realmente entro e dou atenção, mas é impossível ler e responder a todos. Recebo mais de 50 tweets por minuto. Tento seguir o mínimo possível, para realmente conseguir ler os updates que interessam. Não sei quem disse isto, mas é ótima a frase: "amigos, amigos, follow à parte". Amo meu amigo, mas se ele escreve "tô no trânsito", "ai que preguiça", "que fome", não vou seguir, desculpe! Hehehe!
– Está no Twitter? Siga o @guiadoestudante!
GUIA – A que mais você se dedica além do trabalho na MTV?
internet. Valorizo muito minha dedicação diária na web. Encaro a rede como uma parte fundamental da minha vida profissional, um trabalho divertido, e não só um momento livre do meu dia.
GUIA – Como você pensa nos temas para o programa e que vão interessar aos jovens?
A internet é a melhor fonte para saber o que tá rolando, mas tem que ficar ligado em tudo, programas de televisão, jornais, revistas, exposições, filmes e, claro, também conversar com a galera. Tenho quatro irmãs mais novas, entre 14 e 20 anos, gosto de perguntar a elas o que estão achando do programa, o que elas gostariam de ver…
GUIA – Uma revista feminina elegeu você uma das 25 mulheres mais criativas de 2007. Criatividade e originalidade não são disciplinas na escola. Onde buscar essas coisas?
Aprendi muito com minha família e professores. Eles ensinaram a ter a mente aberta, valorizar toda arte, não ter preconceito, experimentar coisas novas. A criatividade é um reflexo das suas referências. Quem quer ser criativo precisa ir a peças de teatro, ver muitos filmes (não só o que passa no cinema), visitar exposições, conhecer artistas plásticos, ouvir não só o que toca na rádio, conferir os desfiles, ler bastante sobre tudo, pesquisar na internet o que não estiver ao seu alcance! A internet está aí pra ajudar! Em vez de ficar colhendo morangos, que tal aprender coisas novas? 😉
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