Por Bruno Aragaki
O Ministério Público investiga, desde o ano passado, o tratamento que a USP (Universidade de São Paulo) dá a cadáveres nas aulas de anatomia. A Promotoria relata ter recebido fotos que mostrariam supostas irregularidades, como baldes com corações humanos e corpos ao lado de panos de chão.
– Para alunos, falta estrutura, mas não ‘respeito’ na Medicina da USP
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Não é normal. Tem imagens de ossos com sacolinha plástica, órgãos numa pia. Isso tira completamente a dignidade dos corpos, disse ao GUIA o promotor encarregado das investigações, Arthur Pinto Filho.
Segundo o promotor, não há lei que determine procedimentos para o uso de corpos em aulas de anatomia, mas o mínimo que se espera é respeito. Eles vão formar médicos, os alunos têm de aprender a respeitar os cadáveres já na universidade, disse Filho.
O Ministério Público enviará também representação à USP queixando-se do uso de formol para conservação dos corpos. Para o promotor, a substância poderia ser substituída pela glicerina, que custa um pouco mais, mas não é cancerígena.
DIA A DIA
Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, professor Rui Curi, negou falta de cuidado com os corpos. No dia a dia, não é assim como aparece nessas fotos, disse.
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Ele reclamou da divulgação das imagens o jornal Folha de S.Paulo publicou foto de um balde com corações nesta segunda-feira (13). Isso sim é uma falta de respeito com os corpos. E nós não autorizamos essas imagens, disse.
O professor afirmou que os baldes são usados para transportar as peças das caixas dágua, onde ficam armazenadas, para as bancadas durante as aulas. Compramos tanques de aço inox em 2006 para substituir as caixas dágua, mas eles não aguentaram o peso dos corpos. Estamos esperando que a empresa conserte, disse Curi.
Quanto ao uso do formol, o professor diz que o procedimento é normal. Todas as outras escolas de Medicina fazem assim. A glicerina não é adequada para todas ocasiões.
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