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O problema simples da matemática que pode não ter solução

A Conjectura de Collatz atormenta os matemáticos há décadas, e até hoje os estudiosos não conseguiram chegar a uma conclusão

Por Patrícia Giuffrida
Atualizado em 19 abr 2024, 11h25 - Publicado em 17 abr 2024, 19h00
estudante cansada
 (Canva/Reprodução)
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Aviso aos estudantes: não tentem resolver o problema de matemática que vamos mostrar aqui! Vocês poderão ficar malucos como muitos estudiosos, cientistas e matemáticos. O problema é considerado “perigoso” por muitos, porque é apaixonante, envolvente, mas não tem solução. Estamos falando da famosa Conjectura de Collatz.

De onde surgiu essa tal de Conjectura de Collatz? Em 1937, com o matemático alemão Lothar Collatz. Ele foi o primeiro a propor esse cálculo insolúvel. Depois outros estudiosos tentaram decifrá-lo ao longo de décadas, por isso, é conhecida também por outros nomes, como Conjectura de Ulam, Algoritmo de Hasse, Conjectura de Thwaites, Problema de Kakutani, Problema de Siracusa, Conjectura 3n +1, e até como Números de Granizo.

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Mas afinal, o que é a Conjectura de Collatz?

Os cálculos são muito simples e envolvem apenas duas regras. Escolha um número natural. Se for ímpar, multiplique por 3 e adicione 1; se for par, divida por 2. Proceda da mesma forma com o resultado x: se x é ímpar, você calcula 3x + 1; caso seja par, calcule x/2. Repita esses cálculos tantas vezes quanto possível. De acordo com a conjectura, o número final sempre será o 1.

Quer ver um exemplo na prática? Vamos começar o cálculo com o número 5:

5 x 3 + 1 = 16/2 = 8/2 = 4/2 = 2/2 = 1

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Neste caso, o processo do cálculo levou cinco etapas.

O que torna o problema intrigante é que não importa com qual número comece, sempre chegará a um ciclo de três números finais: 4, 2 e termina em 1. Mas será que funciona mesmo para todos os números naturais, afinal, eles são infinitos? Essa pergunta é o que move os estudiosos da conjectura.

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Chegando perto de desvendar esse enigma…

O maior progresso para desvendar o mistério da Conjectura de Collatz foi feito, em 2019, pelo medalhista Terence Tao, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA).

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“Se você selecionar, aleatoriamente, um número natural como valor inicial, ele tem 100% de probabilidade de terminar em 1. Isso é o mais próximo que se pode chegar da Conjectura de Collatz sem realmente resolvê-la”, disse Tao em uma palestra em 2020, citada na publicação Scientific American. Mas é apenas uma estatística, sem comprovação científica.

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Qual foi o maior número testado até hoje?

Em 2020, com o uso de um supercomputador, o maior número testado, usando a Conjectura de Collatz, foi o 268. Todos os cálculos convergiram para o ciclo 3 1. Acima desse número, estudiosos afirmam que, se existir um ciclo, terá que ser gigantesco e composto por, pelo menos, 186 bilhões de números! Podem ainda existir números muito maiores, que levem a dinâmica ao infinito. Mas, por enquanto, é um mistério.

Conspirações na Guerra Fria com a Conjectura de Collatz

Há alguns boatos de que, na época da Guerra Fria, nos anos 60, a Conjectura de Collatz parecia ser uma conspiração soviética para distrair os matemáticos e cientistas norte-americanos que se dedicavam, arduamente, a encontrar alguma solução para o cálculo, mas sem sucesso. Manon Bischoff (físico teórico e editor da publicação Spektrum) conta mais detalhes sobre isso em um artigo publicado na revista Scientific American

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“De acordo com o matemático Jeffrey Lagarias, o estudioso Shizuo Kakutani disse a ele que, durante a Guerra Fria, por cerca de um mês, todos na [Universidade] de Yale trabalharam nos cálculos, mas sem resultado. O mesmo aconteceu na Universidade de Chicago. Na época, foi feita uma piada de que esse problema era parte de uma conspiração para desacelerar a pesquisa matemática nos Estados Unidos”.

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A Conjectura de Collatz atormenta os matemáticos há décadas, e até hoje os estudiosos não conseguiram chegar a uma conclusão

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