Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

“O Quinze”: resumo da obra de Rachel de Queiroz

Autora tinha apenas 20 anos quando publicou a obra que, com sua prosa simples e enxuta, virou referência do romance nordestino

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 20 set 2022, 11h59 - Publicado em 19 set 2022, 17h18
Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz, escritora e jornalista. (Paulo Jares/Editora Abril)
Continua após publicidade

O Quinze, de Rachel de Queiroz, lançado em 1930, quando a autora mal tinha completado 20 anos, “produziu agitação e alguma desconfiança” nas letras brasileiras, segundo Graciliano Ramos. Como podia um romance como aquele, que fixa com naturalidade e sem sentimentalismo o drama da seca, ter sido escrito por mulher, “e mulher nova”? Incrédulo, Graciliano profere: “É pilhéria. Uma garota assim fazer romance! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado”. Mas não era piada.

Escrito numa prosa simples e enxuta, mas bastante envolvente, e lançado dois anos após A Bagaceira, de José Américo de Almeida (1887-1980), “o pai de todos”, no parecer de Jorge Amado, o livro ajudou a definir o ciclo do romance nordestino que contou, além de Almeida, Rachel e Amado, com o alagoano Graciliano e o paraibano José Lins do Rego.

O romance centra-se na grande seca que abalou o sertão nordestino em 1915 (daí o título). Há duas histórias paralelas, que partem do mesmo ponto e voltam a unir-se: a trajetória da família de Chico Bento, forçada a emigrar, e o hesitante flerte entre dois jovens herdeiros, a professora Conceição e seu primo Vicente. A severidade da natureza reflete o comportamento bicudo do casal de namorados, para quem um pequeno mal-entendido pode resultar num grande obstáculo. A falta de comunicação entre eles espelha a escassez de água, que mata vegetação, animais e gente. A seca por fim se instala no útero de Conceição, que entrevê a possibilidade de ser “sempre estéril”.

Sem maiores pretensões no plano da ação (linear) e no aprofundamento psicológico (mínimo), O Quinze tem o mérito de aderir, pela economia de meios, pelo paralelismo justo, pelas imagens fortes e pela comunhão trágica entre natureza e homem, à prosa vigorosa do romance brasileiro da década de 1930.

Descendente pelo lado materno da família de José de Alencar, Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, em 1910. Quando ainda morava no sertão, na fazenda do Junco, em Quixadá, foi iniciada na literatura, devorando obras de Eça de Queiroz, de Balzac, de Machado de Assis, das “mulheres inglesas”, como diz, e sua “grande paixão”, Dostoiévski, que viria a traduzir. Em 1927 iniciou sua carreira jornalística. Também publicou um folhetim, História de um Nome, e uma peça teatral, Minha Prima Nazaré. Participou, nessa mesma ocasião, do grupo da revista Maracajá, voz do modernismo cearense.

Busca de Cursos

Continua após a publicidade

Simpatizante do Partido Comunista, foi presa em 1930, em sua cidade natal. Na esteira do regionalismo, lançou também João Miguel (1932). Caminho de Pedras (1937) é obra politicamente engajada, enquanto As Três Marias (1939) trafega na via do romance psicológico. Para o teatro, escreveu Lampião (1953) e A Beata Maria no Egito (1958). Tornou-se a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras, em 1977. Em 1992, lançou Memorial de Maria Moura, que obteve grande sucesso e foi adaptado para a televisão. Rachel de Queiroz recebeu três grandes prêmios pelo conjunto de obra. Em 2003, morreu em sua rede, dormindo.

Título: O Quinze
Autora: Rachel de Queiroz

Este texto faz parte do especial “100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira”, publicado em 2009 pela revista Bravo!

 Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso PASSEI! do GUIA DO ESTUDANTE e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país. 

Publicidade

“O Quinze”: resumo da obra de Rachel de Queiroz
Estudo
“O Quinze”: resumo da obra de Rachel de Queiroz
Autora tinha apenas 20 anos quando publicou a obra que, com sua prosa simples e enxuta, virou referência do romance nordestino

Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se você já é assinante faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

MELHOR
OFERTA

Plano Anual
Plano Anual

Acesso ilimitado a todo conteúdo exclusivo do site

Apenas R$ 5,99/mês*

Plano Mensal
Plano Mensal

R$ 19,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.