Oceano Antártico: como a mudança cai nas provas
Quinto oceano foi reconhecido pela National Geographic Society
Na escola, você estudou a localização e principais características dos quatro oceanos: Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico. Mas em 8 de junho de 2021, Dia Mundial dos Oceanos, a National Geographic Society, organização científica e educacional sem fins lucrativos, reconheceu o Oceano Antártico como o quinto oceano mundial.
Essa oficialização já era discutida há décadas por especialistas, mas alguns geógrafos têm questionado se as águas em torno da Antártica possuem características únicas o suficiente para merecer o seu próprio nome, ou se são simplesmente extensões frias a sul dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
De qualquer forma, esse fato pode ajudar a chamar a atenção para problemas ambientais que afetam a região, ajudar na conscientização sobre a preservação da área e ainda pode ser tema de questões nos vestibulares.
Para a bióloga e professora de ciências do Colégio Portinari em Limeira (SP), Ana Carolina Bertanha, esse reconhecimento é importante porque a partir do momento em que se nomeia a região como um oceano, as pesquisas se intensificam. “Essa classificação às vezes é vista apenas como um detalhe, mas tratando aquela área não mais como uma extensão dos outros oceanos, os estudos se aprofundam em relação à salinidade e os seres que ali habitam. E tudo aquilo que conhecemos aprendemos a preservar”, afirma.
Vale lembrar que, por conta de suas características distintas, milhares espécies existem apenas nessa região.
Além disso, o reconhecimento oficial do Oceano Antártico pode impactar positivamente a educação científica das crianças, que aprenderão desde cedo sobre sua importância e seus impactos em outros ecossistemas.
Impacto na geopolítica
Em 1959, foi assinado o Tratado da Antártica, em que os 12 países que reivindicavam a soberania da região se comprometeram a suspender suas pretensões e permitir a exploração científica em uma cooperação internacional.
Mas, mesmo com o acordo, alguns países seguem interessados em explorar os recursos naturais da região, como reservas de petróleo, gás natural, chumbo, prata, cobre e ouro. E embora o tratado impeça a exploração até 2048, segundo a professora, quatro países se destacam pela rápida expansão da presença na Antártica: Estados Unidos, China, Índia e Rússia.
Presença do tema no vestibular
Alguns vestibulares já apresentaram questões sobre os oceanos e a nova definição pode reacender as discussões sobre o assunto. “A Unicamp, por exemplo, trouxe uma questão, no ano passado, sobre a salinidade dos oceanos próximos aos polos em relação a outras regiões do planeta. Nela, o aluno tinha que encontrar a resposta que dizia que o derretimento das geleiras despeja água doce no oceano, o que diminuiria a salinidade dos nossos mares”, ressalta Bertanha.
Segundo a professora, outra temática que pode ser abordada nas provas é a possibilidade de uma nova guerra fria, dessa vez tendo a exploração do Oceano Antártico como centro da disputa, em razão, principalmente, pelo esgotamento das grandes reservas de petróleo no Oriente Médio e na Rússia, e nos impactos climáticos, econômicos e geopolíticos da exploração no continente.
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