Nem todos os estudantes usam só o Enem para entrar nas universidades. Como muitas delas ainda mantêm vestibulares de inverno como forma alternativa de seleção, se preparar para provas específicas das instituições ainda está no cronograma de boa parte dos estudantes.
Conversamos com professores de cursinho para pegar algumas dicas de como treinar para os vestibulares de inverno. A principal delas é unanimidade entre os educadores: refazer as provas dos anos anteriores é a melhor forma de conhecer o exame e entender o que pode ser cobrado neste ano.
“O ideal é pegar as últimas quatro ou cinco provas, porque aí o estudante já consegue ter uma noção de quais conteúdos são mais frequentes e entender quais não irão se repetir”, explica o professor de Biologia do Cursinho Maximize, Tony Manzi. Ele ressalta ainda que, na disciplina, as provas do meio do ano costumam ser mais específicas que o Enem, com menos questões de contexto.
Biológicas
Para a Biologia, Tony indica prestar atenção em questões que tratam de respiração celular, fotossíntese e fermentação. Dentro da classificação biológica, o professor ressalta que as provas costumam cobrar a diferença entre os quatro tipos de plantas (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) e, em zoologia, também a classificação animal, com as diferenças de cada filo.
Ecologia é outro tema que aparece bastante nos vestibulares com questões envolvendo cadeia alimentar e poluição. A primeira lei de Mendel, que trata da segregação dos fatores e da transmissão dos genes, é a queridinha das provas em genética. Para quem deixou para a última hora, dica é se ater aos resumos. “Agora é bom pegar resumos para estudar, as fichas prontas podem ajudar bastante em Biologia”, garante o professor.
Humanas
Como o tempo até as provas é curto, também fica difícil aprender temas novos nas áreas de humanidades a poucos dias do exame. Segundo o professor de Sociologia do Stoodi, Braian Sanches Matilde é importante que o aluno se atenha ao conteúdo básico das disciplinas, revisando-o, e deixe para reforçar apenas alguns poucos assuntos que ainda não ficaram esclarecidos.
Braian também orienta os estudantes a descansar às vésperas da prova, para que o cérebro tenha um rendimento melhor. Em Sociologia, o educador indica revisar as teses dos autores clássicos da disciplina: Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim. “É preciso entender as ideias propostas por esse trip, depois evoluir para as sociedades modernas, as bases políticas e dar um apanhado geral sobre antropologia e assuntos correlatos”, diz.
Exatas
Se os resumos e as revisões funcionam bem para estudar disciplinas das áreas das ciências humanas e biológicas, nas exatas não é bem assim. De acordo com o professor de Física Zizo Vieira, do Cursinho Maximize, fazer exercícios (e errar, e refazer, e memorizar) é o melhor caminho para treinar para os vestibulares de inverno. “A leitura é um complemento, mas o estudo tem que ser por meio dos exercícios, repetindo as questões até o cérebro naturalizar aquela informação. É que nem dirigir: a pessoa não pensa para trocar a marcha, é natural”, explica.
O nível de dificuldade cobrado nas questões não costuma mudar, conforme o professor. A estrutura das questões abordadas na prova deste ano e nas dos anos passados se repete. Em Física, os assuntos que mais caem são mecânica, especialmente a newtoniana, conservação de energia, quantidade de movimento, ondulatória, óptica, termologia e eletromagnetismo, diz Zizo.
Linguagens
Leitura e revisão são as chaves para uma boa interpretação de texto. Nas provas de Português e Literatura, a professora do Stoodi Priscila Câmara destaca que procurar repertório que ajude a entender o contexto das questões e das obras obrigatórias é essencial. Estudar a partir de resenhas literárias, filmes e entrevistas que tratem dos autores e dos livros exigidos são bons recursos para compreender melhor o conteúdo cobrado. Na Literatura, Priscila indica estudar as escolas literárias em ordem cronológica, começando pelas mais antigas.
Já para a gramática, muitas vezes, a saída mais adequada é a da repetição, começando pelos termos mais simples até os mais complexos. “Primeiro, o aluno deve estudar as classes morfológicas, depois entrar no campo da análise sintática e tentar identificar as palavras em um contexto, para só depois subir o nível e passar para as orações subordinadas”, diz a professora. É importante estar atento à ortografia e escrever de acordo com o novo acordo da língua portuguesa.
Priscila ainda ressalta que cada pessoa aprende de um modo. Certas técnicas funcionam melhor para uns, enquanto outras são mais eficazes para determinado grupo de estudantes. Anotar o que acabou de ler ou repetir os conceitos em voz alta são algumas maneiras de assimilar o texto. “Eu, particularmente, gostava de escrever várias vezes o conteúdo e tentar reduzir cada vez mais o número de palavras usadas para dizer a mesma coisa até que conseguisse restringir os conceitos a um pequeno número de palavras-chave”, recomenda.
Bons estudos – e boa sorte, pessoal!