por Bruno Aragaki
Que vai faltar água no mundo, você, vestibulando antenado, já deve saber. Agora, mais que possível tema de redação ou de pergunta nas provas, o que a escassez de recursos hídricos representa para quem vai escolher a carreira são boas e novas perspectivas de trabalho. Os profissionais da água, como vêm sendo chamados esses especialistas cobiçados pelo mercado, recebem até R$ 12 mil por mês. Para explicar o que são essas profissões, o GUIA preparou uma série de reportagens especiais, publicadas uma por dia, durante a Semana da Água, que iniciou nessa segunda-feira (22).
Geólogos, oceanógrafos e engenheiros hídricos: tão escassos quanto a água potável no planeta são os profissionais com formação acadêmica sólida especializados no assunto. A disputa pelos alunos começa antes de eles se formarem, diz Marcelo Barison, professor do primeiro curso de Engenheira Hídrica do país, aberto em 1997 pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei), de Minas Gerais.
– Guia de profissões: Engenharia hídrica
As empresas vêm recrutar candidatos e o saldo final é, para nós, muito positivo: o que faltam não são vagas, mas estagiários, explica Barison.
Na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), a especialidade faz parte das formações de Engenharia Ambiental e civil. Não há graduação específica. Mas quem se especializa no campo não se arrepende. Depois de 7 ou 8 anos de trabalho, o engenheiro de Recursos Hídricos tem uma renda em torno de R$ 10 e R$ 12 mil, diz Monica Porto, professora titular de Engenheira Hidráulica e Sanitária da instituição.
– Engenheiro hídrico é disputado “a tapa” por empresas
A demanda por geólogos e oceanógrafos também é alta, segundo profissionais da área. A hidrogeologia aparece como disciplina dos cursos de Geologia, explica José Elói Guimarães, professor da disciplina na graduação da Universidade de Brasília (UnB). Como a demanda é alta a remunera bem, muitos formados vão trabalhar com águas.
– Guia de profissões: Geologia
Em oceanografia, o quadro também é animador. O oceanógrafo físico, por exemplo, que estuda correntes marítimas, regimes de chuvas e alterações de clima, tem salários de R$ 8.000, diz Maria do Socorro Pinheiro, coordenadora do curso na Federal do Maranhão (UFMA).
– Guia de profissões: Oceanografia
Mas cuidado: apesar da escassez de profissionais e da alta demanda do mercado, não quer dizer que basta se especializar em águas para chover dinheiro na sua conta bancária. São profissões muito exigentes. Precisa ter habilidade numérica e o curso tem uma carga grande de matemática e física, avisa a professora Monica Porto.