Os candidatos que buscam um certificado por meio do Encceja 2024 (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) não estão se preparando apenas para responder às questões sobre os conhecimentos adquiridos ao longo do Ensino Médio. No dia 25 de agosto, eles também irão encarar uma redação no estilo dissertativa-argumentativa. A prova costuma abordar temas atuais, sociais e que conversem com o dia a dia do estudante. Em 2023, por exemplo, era necessário escrever um texto sobre “ações para cuidar da saúde mental do trabalhador”.
Não sabe por onde começar a preparação? Para te ajudar, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com Fernando Andrade, professor de redação do Estratégia Vestibulares, e reuniu seis temas que podem aparecer na proposta deste ano, considerando o perfil da prova e os assuntos mais relevantes da atualidade. Confira abaixo:
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1) Desafios para promover a empregabilidade dos jovens
Esse é um tema sensível para quem termina o Ensino Médio e pode ser abordado pela banca, segundo o professor. Dados do início de 2024 apontam que a taxa de desemprego subiu para 16,8% entre jovens de 18 a 24 anos, no primeiro trimestre deste ano. “Isso é bem preocupante, pois agrava as condições dos jovens que estão em situação de vulnerabilidade, além de limitar as perspectivas de futuro para aqueles que se preparam para entrar no mercado de trabalho”.
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2) A importância de se identificar Fake News
Trata-se de um assunto que ganha importância no cenário político e é relevante para a formação cidadã. Tal tema, já bem explorado, ganhou ainda mais destaque com a divulgação de um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, composta por 38 países membros). O relatório, publicado este ano, apontou que o país teve o pior desempenho em uma pesquisa que mediu a capacidade das pessoas de identificar notícias falsas.
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3) Como tornar os cuidados de saúde mais justos
Nesta lista, não poderia faltar um tema relacionado ao núcleo temático da saúde. Esse tópico está no relatório de 2020 da OMS (Organização Mundial da Saúde), que indica quais são os 13 maiores desafios para a nossa década. “Essa discussão se justifica, afinal, os cidadãos dos países mais ricos têm uma expectativa média de vida 18 anos mais alta do que as pessoas dos países mais pobres”, explica Fernando.
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4) Jogos de azar e endividamento das famílias
Esse tema está em alta e também é uma das apostas do professor. Está tramitando no Congresso uma lei que permitirá a liberação dos jogos de azar. Ao mesmo tempo, houve uma série de denúncias contra jogos online, como o do “tigrinho”. Além disso, tal vício tem se tornado uma epidemia silenciosa no Brasil. “Com o fácil acesso a tecnologias e propagandas massivas de cassinos online, o que deveria ser entretenimento se transforma em uma perigosa armadilha”.
Vale lembrar que esse vício é reconhecido pela OMS como patologia desde 1980. Estima-se que cerca de 2,3% dos brasileiros são afetados por esse transtorno.
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5) Energia limpa: os desafios e oportunidades no Brasil
O Brasil se comprometeu na COP21 a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025. Além disso, há grande potencial para o desenvolvimento da indústria da energia limpa e o país tem desenvolvido tecnologia para aproveitar outros recursos energéticos.
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6) Combate à violência contra a criança autista
Além de questões gerais, o Encceja costuma escolher temas mais precisos que se relacionam com alguma parcela da população brasileira, segundo Fernando. E o tema da intolerância social contra crianças autistas tem sido recorrente na mídia. Em uma sociedade em que conceitos como “normalidade” e “sucesso” parecem dar o tom dos valores sociais, a intolerância contra o diferente tem se tornado explícita em alguns casos. “Além disso, a falta de preparo para lidarmos com crianças que têm outras necessidades fica patente nesse caso”, finaliza o especialista.
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