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Saiba como elaborar um cronograma de estudos infalível

Veja um passo a passo para se organizar ao longo do ano e entenda o que funciona melhor para a sua rotina

Por Malú Damázio
Atualizado em 18 abr 2019, 14h10 - Publicado em 24 Maio 2017, 16h29
Saiba como elaborar um cronograma de estudos infalível
(Giphy/Giphy)

Apesar de ser tarefa diária, revisar diariamente as disciplinas vistas em sala de aula pode ser um verdadeiro desafio. A dificuldade de concentração e a falta de organização são muito comuns na hora do estudo. Quantas vezes você não estava lendo um texto e percebeu que não conseguiu assimilar os últimos parágrafos? Ou deixou de lado os exercícios para dar uma olhadinha nas redes sociais e nunca conseguiu ter novamente a atenção necessária para continuar?

Essas situações ocorrem – muitas vezes, com frequência – nos momentos de estudar sozinho e podem causar frustração e aumentar a ansiedade do vestibulando. Mas não se preocupe: perder o fio da meada é normal, acontece. E a boa notícia é que existem formas de evitar e contornar isso! O GUIA separou algumas dicas para te ajudar a melhorar a concentração e o ambiente de estudos. Conversamos com o psicólogo Raul Vaz Manzione, que trabalha com dificuldades acadêmicas e hábitos de estudo.

Em primeiro lugar, é preciso saber que não existe receita de bolo para estudar e se concentrar. Cada pessoa reage e assimila o conteúdo de forma diferente. Por exemplo, se você consegue estudar 4 horas seguidas e aproveita bem o tempo dedicado à atividade, não precisa mudar a rotina para diminuir pela metade o momento de estudo, explica Raul. “O que dá certo é o que funciona para cada um, não tem uma regra geral que valha para todos, mas podemos pensar em técnicas que são aplicáveis em várias situações”, diz. Vamos às dicas!

Defina um ambiente de estudos e organize o espaço

– Estabeleça um local fixo e confortável. O ambiente tem grande influência na concentração. Por isso, é importante escolher um local de estudos que seja agradável e que tenha pouca distração, na medida do possível. Ele deve ainda ser fixo, como explica o psicólogo. “Mudar de lugar não favorece muito a compreensão. As coisas à volta do estudante estão diferentes a cada vez que ele opta por estudar em outro espaço. É melhor se habituar a um lugar só”, reforça.

– Arrume o ambiente de estudos para evitar distrações. Conforme o especialista, somente os materiais que serão utilizados para estudar devem estar dispostos na mesa para evitar distrações. “O lugar precisa ser o mais neutro possível, porque os objetos nos distraem facilmente. Então, o estudante precisa colocar na frente dele só aquilo que precisará prestar atenção”, diz.

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– Deixe na mesa somente o que for essencial. Guarde os materiais de estudo que não for usar sempre no mesmo local. Assim, você não precisa ficar procurando o que precisa todas as vezes e poupa tempo e concentração. “O hábito de deixar os materiais no mesmo lugar agiliza todo o processo e desconcentra menos”, explica Raul. Deixe à mão o que for essencial: uma caneta, um lápis e uma borracha.

Elabore um cronograma detalhado

– Faça um planejamento por escrito. Pode ser no caderno, na agenda, no computador, até no bloco de notas do celular. Mas deixe registrado. “Só na cabeça não dá, nós somos bons em lembrar grandes datas, nomes, mas detalhes e assuntos mais minuciosos nos fogem com facilidade. Então, é melhor anotar”, ressalta Raul.

– Divida o cronograma em meses, semanas e dias. Em cada um dos dias, delimite qual será exatamente o momento dos estudos e quantas horas serão dedicadas a ele. Você pode estabelecer, por exemplo, que estudará das 14h às 16h. Lembre-se de considerar outras atividades que fazem parte da semana, academia, dança, aulas de idiomas. Pense nisso antes de definir o horário.

– Defina disciplinas, assuntos e quantidade de exercícios. Depois de escolher a hora, descreva quais matérias serão vistas naquele dia, e quais tópicos você irá estudar. Anote tudo e defina quantos exercícios serão feitos, sem mais nem menos do que o número delimitado: “na terça-feira, o aluno pode estudar Matemática e decidir que verá determinantes de matrizes e fará dez exercícios quando acabar. Em seguida, ele pode ver o empuxo em Física, terminando também com dez exercícios”, explica o especialista.

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– Agrupe as disciplinas estudadas em um dia por conteúdos semelhantes. Por mais que estudar uma área que você domina após ter visto matérias que são mais difíceis ajude a espairecer, Raul conta que essa prática pode prejudicar a concentração. Conforme o terapeuta, cada assunto ativa comportamentos distintos no cérebro e exige níveis de concentração diferentes. Por isso, é melhor manter tópicos parecidos em um mesmo dia.

– Atribua símbolos às matérias. Separe pelos conteúdos que você tem mais facilidade e os que você tem mais dificuldade. Crie legendas para elas destacando as que exigem mais esforço, as que precisam de dedicação média e as que demandam menos de você. Assim, é mais fácil ver como elas serão distribuídas no cronograma, de acordo com suas atividades diárias.

– Faça sempre um check list ao final dos estudos. Ninguém é obrigado a seguir à risca tudo que estava no quadro de estudos, mas é importante saber o que está dando certo e o que não está, marcando o que já foi cumprido e o que não foi possível fazer. Assim, você pode redesenhar o planejamento observando o que precisa ser melhorado.

– Se não está dando certo, repense o cronograma. Veja o que está conseguindo cumprir e não tenha medo de reprogramar as atividades. O cronograma é fluido e deve ser redesenhado. “Talvez o aluno perceba que estudar três horas por dia não é o ideal, que só está conseguindo render por duas horas seguidas. Por isso que o planejamento pode e deve ser revisto”, explica Raul.

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Adote técnicas que aumentam a concentração

– Leia grifando. Quando grifa, você procura salientar informações importantes que irão chamar sua atenção na hora de reler. Dessa forma, fica mais fácil retomar rapidamente o que estava estudando.

– Faça anotações. No canto da página, em locais estratégicos, vale escrever pequenos lembretes, palavras-chave e até desenhar. “Isso mostra o quanto o estudante está prestando atenção no conteúdo e o quanto está entendendo”, explica Raul

– Elabore resumos. Escreva, com suas próprias palavras, o que entendeu do que acabou de estudar ou ler. Faça da forma que for mais natural para você, isso facilitará o entendimento. A prática aumenta os níveis de concentração.

– Treine situações de prova. Na hora de fazer exercícios, por exemplo, tente simular uma prova. Estabeleça uma quantidade de exercícios e cronometre um período de tempo. Por exemplo: responda dez questões, sem consulta, em 1h30min. “Muitos estudantes até dominam a matéria e chegam na hora da prova e não conseguem se lembrar de nada. A ansiedade e a preocupação excessiva são normais em situações estressantes. Por isso, quanto mais o jovem se expuser a esse tipo de situação, melhor ele vai conseguir lidar com ela”, diz o especialista.

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– Dê pequenas pausas. Quando a concentração já está indo embora, é melhor fazer uma pausa nos estudos e tentar realizar outra atividade. Pode ser ler um livro, ver vídeos na internet, mexer nas redes sociais. O importante é delimitar o tempo dos intervalos, ressalta Raul. Defina quantos minutos irá durar cada pausa e coloque um alarme para se lembrar de voltar para a revisão. “No momento em que o aluno se vê distraído é pouco produtivo tentar se manter na atividade. Então, é melhor dar uma pausa. Brigar com a desatenção geralmente é uma batalha perdida”, garante.

– Escreva lembretes motivacionais. As palavras escritas têm um impacto grande nos estudos a longo prazo e ajudam a estabelecer objetivos. Segundo o psicólogo, é preciso relembrar sempre qual o propósito e a importância de estudar naquele momento. Escreva as mensagens e deixe em um lugar visível, à mostra.

Respeite seu corpo e sua mente

– Saiba a hora de parar. Ainda que você queira insistir no estudo, há um ponto em que o esgotamento chega. Mesmo com os intervalos, com o planejamento e com o remanejamento das metas. Nessas horas, o melhor a se fazer é parar. De acordo com o terapeuta, é mais produtivo perceber quando não consegue mais, do que tentar seguir com os estudos. “Quando o estudo é majoritariamente desagradável, o aluno só quer se livrar de uma experiência que está acontecendo com ele. Isso pode gerar ansiedade e estudar com ansiedade é uma péssima ideia”, explica Raul. A melhor opção, neste caso, é dar um tempo ou deixar para o dia seguinte: “o estudante precisa saber que nem sempre nós estamos em um dia legal. Não tem problema não terminar, o problema é forçar muito a barra”.

– Valorize os pequenos passos. Se você não está muito bem para continuar com a bateria de estudos, tente reduzir o ritmo. Por exemplo, faça dois exercícios, se tinha estabelecido um total de dez, ou tente ler um resumo feito anteriormente. “Diminuir a quantidade sem parar é essencial para identificar se é só um desconforto com a matéria, ou se é uma situação de esgotamento. Isso evita que o aluno se sabote”, reforça Raul.

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– Faça algo que te dê prazer após os estudos. É muito importante se engajar em uma atividade de lazer depois de estudar. Segundo o psicólogo, essa é uma recompensa pelo momento de concentração. Faça o que gosta, seja ver séries, conversar com a família ou sair com os amigos. A regra é espairecer e deixar livros e cadernos de lado e se dedicar a algo que tem significado para você. “O efeito não é imediato, mas quanto mais as pessoas se engaja em atividades que são importantes para elas, melhor elas ficam, emocionalmente”, explica. Isso evita que o estudo vire uma condição muito estressante para qualquer estudante e previne os sintomas de ansiedade.

Saiba como elaborar um cronograma de estudos infalível
(The Big Bang Theory/Giphy)

E aí? Facilitou o planejamento? 😉

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Estudo
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